Belugas podem se comunicar de uma forma bastante inusitada: mudando a forma da cabeça

26/03/2024 às 12:002 min de leituraAtualizado em 26/03/2024 às 12:00

Os animais marinhos possuem formas bem particulares de se comunicar, variando conforme as espécies. Mas um estudo envolvendo as belugas mostrou que as interações apresentam nuances que sequer eram cogitadas até então. As descobertas foram compartilhadas na edição da revista Animal Cognition deste mês de março.

As baleias beluga também conseguem exprimir seus sentimentos sem emitir sons. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
As belugas também conseguem exprimir seus sentimentos sem emitir sons. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Uma forma bastante especial de se comunicar

As belugas possuem uma forma inusitada de interagir com outros animais da mesma espécie. Para isso, elas se aproveitam de uma característica presente na sua cabeça, ou melhor, na região da sua testa, que tem uma pele bastante flácida e é chamada de "melão".

Graças a essa característica, elas mudam a forma das saliências presentes nos seus melões, na região frontal do rosto. Feitas de tecido adiposo (gordura), essas estruturas são conhecidas pela capacidade de amplificar sons emitidos. Essa descoberta, portanto, mostra uma função até então desconhecida nesses animais.

A descoberta é importante considerando que, embora notada entre muitas espécies, como macacos e cães, a habilidade de se comunicar com sinais percebidos visualmente não é presente em grande parcela dos animais, principalmente os marinhos. Isso porque a imobilidade na região dos olhos e mesmo da boca dificulta qualquer alteração, ainda que seja sutil.

Nesse aspecto, as belugas se destacam como uma exceção dentro do grupo dos cetáceos odontocetos, pois são capazes de alterar a aparência de sua cabeça, permitindo que diversas expressões sejam visíveis a depender da situação.

(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Ao analisar mudanças entre animais machos e fêmeas, pesquisadores notaram alterações relacionadas a diversos contextos sociais. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Conhecendo detalhes dessa função comunicativa

A partir da observação por algumas horas semanais, algumas nuances foram percebidas. Ao todo, cinco tipos de alterações foram identificados entre os pesquisadores, ajudando a explicar por que o formato dos melões desses animais varia. São eles: achatar, pressionar, empurrar, agitar e levantar.

Essas variações estão relacionadas a diversos contextos vividos entre os animais, como quando estavam brincando, expressando afeto ou mesmo irritação. Curiosamente, até mesmo em situações onde o animal estava sozinho, sem interagir com ninguém, esses sinais foram notados. Será que eles refletem diferentes estados de espírito?

Mas vale destacar que, segundo o estudo, essas alterações foram mais 34 vezes mais frequentes nas interações sociais com outras belugas. Ainda foi percebido que, uma vez treinadas por humanos, as belugas são capazes de mudar a forma como o melão se apresenta no momento indicado. Esse fato indica que estes animais conseguem controlar totalmente essa área.

Além disso, os machos costumavam apresentar mais mudanças no formato do melão do que as fêmeas da espécie, sobretudo quando estavam tentando acasalar. Ou seja, assim como em outras espécies, os animais também ficam mais expressivos e interagem mais quando estão em busca de um parceiro.

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