Cientistas passam um ano em isolamento para simular permanência em Marte

07/09/2016 às 06:372 min de leitura

Mesmo que seja da turminha que não vê o menor problema em passar algum tempo sozinho — e inclusive curte uma pitada de solidão de vez em quando —, você deve concordar que ficar durante períodos muito extensos sem travar contato com o mundo exterior não é uma tarefa nada fácil. Aliás, inúmeros estudos apontaram que a falta de convívio social pode nos afetar de maneira bem negativa e até encurtar as nossas vidas!

Pois a falta de contato humano é um dos — muitos — desafios que os astronautas que futuramente serão enviados para missões de longa duração terão que enfrentar. Assim, para estudar as possíveis consequências do isolamento nos aventureiros espaciais, a NASA convidou um grupo de seis corajosos terráqueos para coabitar durante um ano inteirinho uma região de acesso restrito nas montanhas do Havaí e, assim, simular a permanência em Marte.

Experiência ímpar

De acordo com Jon Comulada, do portal Up Worthy, a experiência — batizada como HI-SEAS — aconteceu em parceria com a Universidade do Havaí, e o grupo de seis cientistas ocupou um domo geodésico de pouco menos de 11 metros diâmetro durante 365 dias. O período de isolamento do grupo terminou no dia 28 de agosto.

O domo geodésico — em Marte de mentirinha

Essa foi a simulação de viagem espacial mais longa já conduzida nos EUA e teve como principal objetivo descobrir o que pode acontecer com astronautas que são obrigados a conviver em espaços limitados por extensos períodos e cujas saídas ao exterior são limitadas pelas desajeitadas roupas espaciais. E os organizadores do experimento capricharam na simulação!

Tudo de mentirinha

Para você ter uma ideia, embora os “astronautas” tivessem acesso às notícias do que estava rolando na Terra, as informações eram transmitidas com um considerável atraso, “imitando” o que aconteceria se os participantes realmente estivessem no Planeta Vermelho — já que as mensagens levariam um bom tempo para viajar daqui até Marte.

Simulação no capricho!

Agora, pense em todas as desgraças que aconteceram de agosto do ano passado até agora: atentados terroristas, crise de refugiados, desastres naturais... Os cientistas ficaram sabendo de tudo, mas muito depois do que todos nós — e tendo consciência de que não poderiam ajudar de nenhuma forma por estarem “presos em outro planeta”. Um dos participantes inclusive perdeu um ente querido durante o período do experimento e não pôde se despedir.

Isolamento

Além disso, toda vez que os astronautas de mentirinha precisavam sair do domo, eles eram obrigados a usar toda aquela parafernália necessária para sobreviver ao inóspito ambiente marciano. Além disso, eles passaram os 365 dias se alimentando com comidas preparadas especialmente para os viajantes espaciais.

Apesar das dificuldades, os astronautas de mentirinha contaram que, aos poucos, foram se adaptando à rotina “marciana” e passaram a ocupar seu tempo com uma porção de atividades, como pesquisas científicas, manutenção do domo, prática de exercícios físicos, preparação de refeições e muitas outras coisinhas.

***

Agora que o confinamento terminou, os participantes estão felizes da vida de poder voltar à Terra e à vida normal — e estão recebendo apoio para se readaptarem à velha rotina. Tanto a NASA como a Universidade do Havaí se encontram ocupadas analisando todos os dados coletados durante o experimento e estão confiantes de que a simulação permitirá que as viagens espaciais do futuro sejam mais bem planejadas.

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