Incêndio subterrâneo mais antigo do mundo já dura 6 mil anos

10/03/2014 às 12:292 min de leitura

A cidade abandonada de Centralia, na Pensilvânia (EUA), guarda o que chamam de incêndio subterrâneo de carvão, que já queima há cinquenta e dois anos. No entanto, esse período de tempo não é nada comparado à duração do mais antigo incêndio subterrâneo do mundo.

Embaixo da Burning Mountain (algo como “Montanha Ardente”), na Austrália, existe um imenso incêndio que já dura 6 mil anos, segundo as estimativas dos cientistas.

Incêndios de carvão são incrivelmente comuns e milhares deles estão queimando agora em várias partes do mundo. A faixa de carvão, que fica a cerca de 224 quilômetros de Sydney, na Austrália, teve a atividade aumentada há um mês, expelindo gases venenosos e gerando intensos esforços de combate a incêndios. 

Consequências

Fonte da imagem: Reprodução/Discovery News

Na queima da montanha, também conhecida como Monte Wingen, a fumaça cor de enxofre é o único indício da faixa de carvão enorme que queima a cerca de 30 metros abaixo da terra. O calor e os gases tóxicos do fogo têm deixado o solo rochoso irregular em algumas partes e a terra cedeu. Nas imagens registradas no mês passado, é possível ver como o fogo subterrâneo tomou conta de toda a montanha, mostrando um cenário assustador.

Os cientistas afirmam que foi com a intervenção humana do século passado que os incêndios de carvão realmente ficaram piores e mais perigosos. A mineração de carvão o expõe ao oxigênio, fazendo com que o mineral queime facilmente. Com a abundância de combustível e oxigênio, uma pequena faísca pode acender uma chama que cresce, cobrindo centenas de quilômetros.

Mas, não é apenas na Austrália que isso acontece em proporções preocupantes. A China, com milhares de minas pequenas, e a Índia, com suas ruínas antigas, têm problemas graves de incêndios subterrâneos com liberações de gases tóxicos, como arsênico, flúor e selênio, que causam problemas respiratórios na população.

Solo inflamável

A camada de carvão e arenito associados, além das camadas de xisto e argila do Monte Wingen, é chamada de Formação Koogah. Esta formação é atribuída por pertencer ao início do Período Permiano, que compreende ao último período da era paleozoica. O Período Permiano sucedeu o Carbonífero e data de 290 milhões a 248 milhões de anos atrás.

Abaixo da Formação Koogah, existem as lavas densas de basalto, que também é atribuído a era Permiana, além de outras formações que incluem crustáceos fossilizados. As zonas de queima desse solo são formadas por fendas e falhas, que os cientistas acreditam de onde tenham originado o fogo.

Essas pequenas áreas de colapso rachadas, contendo rochas altamente alteradas e fundidas podiam representar “chaminés”, através dos quais os gases que queimavam em alta temperatura escaparam, atingindo outras camadas de arenitos e argilitos, que podem ter aumentado o poder inflamável do local, chegando à área do carvão.

Mas como é que esta camada de carvão se acendeu? Com uma série de pesquisas, estima-se que a faixa de queima vem se movendo para o sul do terreno a uma taxa de cerca de um metro a cada ano, tendo se movido cerca de seis mil metros até a sua posição atual. Com essa linha de raciocínio, os cientistas acreditam que, se o carvão queimou no passado como no ritmo atual, o fogo começou provavelmente há cerca seis mil anos atrás. 

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