Nova vacina pode combater resistência aos antibióticos

29/04/2024 às 16:002 min de leituraAtualizado em 29/04/2024 às 16:00

Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade do Estado de Michigan, dos Estados Unidos, relata ter conquistado um avanço científico capaz de enfrentar superbactérias resistentes aos antibióticos: a criação de uma nova vacina. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que infecções resistentes a antimicrobianos matam mais de 1 milhão de pessoas por ano no mundo inteiro.

Segundo o autor do estudo, Xuefei Huang, existe uma forte preocupação de que, nesse ritmo de acontecimentos, poucos dos medicamentos modernos ainda seriam eficazes daqui a 20 ou 30 anos. Portanto, tal conquista científica ajudaria a enfrentar essa ameaça global para os próximos anos.

Desenvolvimento da vacina

Pesquisadores acreditam que novas vacinas serão a solução para combater superbactérias. (Fonte: GettyImages)
Pesquisadores acreditam que novas vacinas serão a solução para combater superbactérias. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

No artigo publicado na revista Nature Communications, Huang e outros pesquisadores relataram terem criado uma vacina candidata promissora para bactérias resistentes a antibióticos. Em termos gerais, as vacinas bacterianas — juntamente aos antibióticos — são uma ferramenta crucial na luta contra micróbios mortais.

Em seu estudo, Huang anunciou várias descobertas que ajudarão no desenvolvimento de uma vacina à base de carboidratos para infecções causadas pela bactéria Staphylococcus aureus e sua superbactéria relativa que é resistente à meticilina (MRSA). Tanto a S. aureus quanto a MRSA estão entre as causas mais prevalentes de infecções bacterianas. 

Conforme apontam as pesquisas de campo, a formulação da vacina pré-clínica dos investigadores ofereceu altos níveis de imunidade contra índices letais dessas bactérias em testes com animais. Com este trabalho, os cientistas esperam equipar o meio científico com novos conhecimentos para melhorar e refinar futuras vacinas bacterianas.

Trabalho pioneiro

Resistência a antibióticos por bactérias é uma verdadeira preocupação de saúde global. (Fonte: GettyImages)
Resistência a antibióticos por bactérias é uma verdadeira preocupação de saúde global. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Embora a grande maioria das vacinas dependa de antígenos proteicos para funcionar, Huang e sua equipe optaram desenvolver carboidratos para o uso como antígenos. Essa variante pode apresentar certos desafios, porém também possui algumas vantagens únicas. "Uma vacina que funciona contra uma bactéria pode não funcionar contra outra, mesmo que sejam muito semelhantes", explicou em comunicado oficial.

Na visão dos investigadores, se for possível desenvolver um antígeno que seja partilhado por muitas bactérias, a cobertura vacinal seria muito melhorada. Nesse sentido, o polissacarídeo poli-ß-(1-6)-N-acetilglucosamina (PNAG) foi encontrado em muitas outras bactérias e até mesmo fungos — estando presente na parede celular dos estafilococos.

Ao alterar algumas informações contidas pelo PNAG, os cientistas conseguiram alterar seu desempenho para atuar como um antígeno potencial. Pensando nisso, a equipe criou uma biblioteca com 32 estruturas diferentes de PNAG, das quais duas delas eram especialmente promissoras. Normalmente, carboidratos não provocam respostas imunológicas fortes em nossos corpos, mas essas variantes demonstraram um desempenho diferenciado.

Enquanto os pesquisadores ainda se preparam para testes futuros de sua nova vacina candidata, Huang demonstrou-se ansioso para ver o papel que as vacinas bacterianas desempenharão na luta mais ampla contra a resistência aos antibióticos. Assim, uma guerra contra uma grande crise de saúde pode estar sendo vencida aos poucos.

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