Estudo sugere que religião deixa crianças mais egoístas

10/11/2015 às 10:022 min de leitura

Um estudo recente, envolvendo 1.170 crianças de seis países diferentes (Canadá, China, Jordânia, Turquia, África do Sul e Estados Unidos) revelou conclusões interessantes no que diz respeito à relação entre religiosidade e generosidade.

Dos participantes, 510 eram mulçumanos, 280 eram cristãos e 323 não tinham religião – as crianças avaliadas tinham idades entre 5 e 12 anos. Basicamente, durante a primeira etapa do estudo, cada criança foi apresentada a um adulto que mostrava a ela uma série de adesivos – desses, poderia escolher seus 10 favoritos.

Depois da boa notícia, a tragédia anunciada: os pequenos foram informados de que os adultos não teriam tempo suficiente para distribuírem os adesivos a todas as crianças. Para resolver o problema, elas ficaram sabendo que poderiam deixar alguns dos adesivos que haviam recebido para que outras crianças os pegassem depois e, assim, todo mundo ficaria feliz.

Para garantir que as crianças não teriam qualquer tipo de intolerância umas com as outras, os cientistas fizeram o experimento várias vezes, deixando os participantes em grupos étnicos e religiosos iguais. Os resultados dessa primeira fase do estudo foram bastante claros: as crianças sem religião foram as que mais deixaram adesivos para as outras crianças.

Na segunda parte da pesquisa, as crianças assistiram a um vídeo cujo enredo mostrava uma criança sendo grosseira com outra. Na sequência, os participantes mirins deveriam dizer quão maldosa a criança do vídeo tinha sido e com que rigor ela deveria ser punida.

Adivinha só? Mais uma vez as crianças sem religião demonstraram compaixão com relação à criança malvada do vídeo, acreditando, inclusive, que ela não deveria ser punida de maneira muito severa. As crianças muçulmanas foram as mais severas na hora de avaliar a gravidade da situação e o tipo de castigo que a criança do vídeo deveria receber.

Os pesquisadores ainda não estão fazendo muitas afirmações com relação a essas conclusões. Na verdade, a intenção agora é tentar descobrir por que esse padrão acontece e qual é a relação entre a religiosidade de cada indivíduo e sua participação social.

Uma das perguntas do estudo é: por que uma cultura que valoriza a moralidade acaba por “produzir” crianças menos gentis com as outras crianças? Para os pesquisadores, uma possível explicação para isso seria o fato de que pais e mães religiosos ensinam noções de bondade a seus filhos em nome de uma força maior, da qual eles devem ter medo. Por outro lado, pais ateus ensinam seus filhos a serem gentis porque é uma questão de justiça e bondade.

Partindo desse raciocínio, os responsáveis pelo estudo acreditam que crianças religiosas tendem a agir com gentileza apenas quando sabem que estão sendo observadas por alguém. A partir desse ponto, os cientistas pretendem expandir o estudo e avaliar as reações de crianças de outros países e religiões.

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