Você já ouviu falar a respeito da Igreja do Monstro do Espaguete Voador?

10/06/2019 às 07:013 min de leitura

Há alguns anos, uma mulher norte-americana chamada Lindsey Miller, depois de entrar com um processo contra o órgão responsável por emitir as carteiras de motorista no Estado de Massachusetts, nos EUA, ganhou o direito de sair na foto do documento usando um escorredor de macarrão na cabeça. 

O mais curioso é que esse não foi o primeiro caso do tipo, pois, em 2011, um austríaco chamado Niko Alm também entrou na justiça para reivindicar o mesmo direito — que foi concedido após três anos de espera e depois de o motorista apresentar um laudo médico que atestava que ele era psicologicamente apto para conduzir automóveis. Confira as imagens dos figuras:

Galeria 1

Além de Miller e Alm, existem outros casos semelhantes — registrados em Oklahoma, Utah e Kansas —, mas o que eles têm em comum, e por que no mundo esse pessoal resolveu brigar com as autoridades para conquistar o direito de posar para as fotos de seus documentos usando um escorredor de macarrão na cabeça? A resposta é simples: eles são seguidores do pastafarianismo, uma religião que tem como figura central o Monstro do Espaguete Voador.

Pastafarianismo

Segundo informações — satíricas, obviamente — presentes no site oficial da Igreja do Monstro do Espaguete Voador, a religião existe em segredo há vários séculos, mas só se tornou pública alguns anos atrás. Ela conta com milhares (se não milhões!) de seguidores em todo o mundo e é considerada legítima (ela conta com evangelho publicado e tudo!) inclusive pelos seus oponentes, que, em sua maioria, são cristãos fundamentalistas.

Cerimônia de ordenação

Uma religião com séculos de existência? Caso você nunca tenha ouvido falar a respeito do Pastafarianismo ou da Igreja do Monstro do Espaguete Voador, saiba que se trata de uma religião paródica fundada pelo físico norte-americano Bobby Henderson em 2005. Além disso, o seu nome é uma junção do termo “pasta” — que é usado no inglês para se referir ao macarrão e outras massas — e “rastafári”, que é um famoso movimento religioso da Jamaica.

A proposta, na verdade, surgiu como protesto contra a decisão do Conselho de Educação do Estado do Kansas de permitir que as escolas ensinassem o criacionismo e o modelo do desenho inteligente — uma pseudociência baseada na ideia de que determinados aspectos do Universo e dos seres vivos podem ser mais bem explicados por meio de uma causa inteligente e não pela seleção natural — no lugar da teoria da evolução biológica.

Na ocasião, Bobby enviou uma carta aos membros do conselho para expressar sua crítica com respeito à decisão e disse que o criacionismo era tão plausível quanto a ideia da existência de um mostro do espaguete voador. O documento se tornou público, e não demorou até que ele virasse um fenômeno na internet — e ganhasse seguidores que passaram a se chamar de “pastafarianos” e que adotaram o escorredor de macarrão como símbolo.

Direitos iguais

De acordo com os seguidores do pastafarianismo, o único dogma permitido em sua “igreja” é a rejeição do dogmatismo. Ademais, os pastafarianos defendem que a religião — seja ela qual for — não requer a crença literal para que o crescimento espiritual seja alcançado, já que boa parte da experiência transcendental da religião pode ser atribuída à comunidade.

Os pastafarianos garantem que sua igreja não deve ser entendida como uma piada nem como um grupo antirreligião formado exclusivamente por ateus. Conforme dizem, embora diversos elementos do pastafarianismo sejam descritos como sátiras, é importante frisar que seus seguidores não acreditam neles literalmente, assim como muitos cristãos não acreditam que tudo o que está escrito na Bíblia aconteceu de verdade — e isso não os torna menos cristãos.

Além disso, os seguidores do Monstro do Espaguete Voador dão as boas vindas a qualquer um que deseje visitar sua igreja e fazer parte do movimento, incluindo membros de outras religiões. Tanto que existem muitos seguidores do cristianismo, hinduísmo, islamismo, judaísmo, budismo etc. que também são pastafarianos.  Ah! E eles acreditam em um paraíso onde existem vulcões de cerveja e fábricas de strippers.

O que tudo isso tem a ver com brigar para aparecer com um ridículo escorredor de macarrão na cabeça? Segundo o diretor jurídico da Associação Humanista Americana — que auxiliou Lindsey Miller durante seu processo legal —, se qualquer cidadão tem o direito de aparecer em seus documentos usando símbolos religiosos, como crucifixos ou a Estrela de Davi, por exemplo, então os pastafarianos também têm o direito de aparecer com os escorredores na cabeça, ué!

*Publicado em 19/11/2015

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