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Estilo e poder: conheça o sapo que mutila rivais com seu bigode

14/02/2014 às 08:493 min de leitura

Já diziam os sábios: com grandes bigodes, vêm grandes responsabilidades. No entanto, por mais que figuras famosas como o ator Tom Selleck (do filme “Três Solteirões e Um Bebê” e do seriado “Friends”) e o cantor Freddie Mercury passem uma imagem poderosa e tenham se marcado na eternidade, certamente nenhum deles ficou famoso por usar seus pelos faciais para mutilar seus rivais.

Esse tipo de atitude é mais esperado do Leptobrachium boringii, mais conhecido como o Sapo de Bigode de Emei, nativo de uma região próxima ao monte na China. Durante um mês a cada ano, os machos da espécie desenvolvem espinhos faciais extremamente afiados, que usam para espetar os rivais na hora de disputar os mais cobiçados locais para criação de seus ninhos.

A grande maioria dos combatentes acaba seriamente machucada, mas os vencedores ganham o valioso direito de se reproduzir. Aos perdedores resta apenas se arrastar de volta às suas casas para ponderar sobre a vontade de nunca mais passar a vergonha de tentar cultivar um bigode de novo – assim como eu, toda vez que tentei.

Arsenal completo de um mutante

As armas dos anfíbios em questão são chamadas – sem brincadeiras – de espinhas nupciais e são feitas do mesmo material que as nossas unhas, a queratina. As estruturas pontudas crescem através da pele do sapo e só caem no final da temporada de acasalamento, embora algumas vezes os espinhos possam se desacoplar durante o combate e forçar o lutador em questão a esperar que um novo cresça em seu lugar.

E, como se o bigode-arma não fosse o suficiente, o animalzinho ainda passa por outras transformações nessa época. Seus braços ficam consideravelmente mais musculosos, o que, segundo o biólogo evolucionista Cameron Hudson, serve tanto para ajudar nas lutas quanto na hora de mandar ver com sua parceira, segurando ela com força na posição certa – se você estava procurando um amante gentil, esta certamente não é a melhor escolha.

Além disso, a pele do bigodudo se torna muito mais solta, dobrada e enrugada. “Achamos que essa transformação os ajuda a ficar mais tempo dentro da água (já que o acasalamento, combate e proteção do ninho são subaquáticos) ao aumentar a absorção de oxigênio pela pele ao expandir sua área de superfície”, diz Hudson.

Conquistando a mulherada

Fonte da imagem: Reprodução/Wired

Uma vez que as sangrentas batalhas pelos melhores ninhos terminam, os vitoriosos se estabelecem e esperam pelas fêmeas, cantando quando elas aparecem. Quando uma delas se interessa, ela se aproxima e gentilmente bate no queixo dele com sua cabeça, como quem diz “não sou uma daquelas garotas que odeiam bigodes”. Ele então leva sua parceira para conhecer suas instalações.

Quando eles finalmente decidem que é hora de se entregar, o macho agarra o quadril da companheira e se vira de lado. Conforme ela vai lançando seus ovos, eles os fecunda e gruda no teto do ninho. O par vai fazendo isso enquanto roda, dando origem a um conjunto de ovos em forma de rosquinhas.

Curiosamente, se um casal já concluiu seus finalmentes e outro macho consegue expulsar o dono do ninho, o novo proprietário não destrói os futuros descendentes de seu rival. Embora isso seja estranho do ponto de vista evolutivo, já que os filhos do outro vão competir com os seus, Hudson teoriza que isso pode acontecer porque as fêmeas preferem ninhos que já tem ovos, já que isso pode ser sinal de um bom parceiro, entre outras possibilidades.

Meu filho é seu filho

Fonte da imagem: Reprodução/Wired

Uma vez que os tempos de sangue e sexo tenham chegado ao fim, as fêmeas simplesmente vão embora e deixam a cambada de musculosos cuidando da prole. Eles estão passam uma quantidade de tempo considerável se esfregando nos ovos, o que Hudson explica dizendo que “talvez o instinto protetor dos machos simplesmente seja realmente forte”.

E é assim que os mesmos Sapos de Bigode de Emei que brutalmente mutilam seus concorrentes muitas vezes acabam carinhosamente criando os filhos dos rivais como seus próprios. Parando para pensar, não é muito diferente do que acontece em “Três solteirões em um bebê” – se você desconsiderar todos os esfaqueamentos, claro.

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