Raul Seixas estava certo? Cientistas estudam o acasalamento das aranhas

11/02/2014 às 07:512 min de leitura

A não ser que você seja um entomólogo, é muito provável que você não consiga identificar muitas espécies de aranhas. Isso sem falar em diferenciar os machos das fêmeas! Contudo, não se sinta mal por isso, pois, segundo um estudo realizado por Inon Scharf, da Universidade de Tel Aviv, e Oliver Martin, do ETH de Zurique, nem mesmo esses bichinhos conseguem fazer essa distinção, e é por isso que até 85% dos machos acasalam com outros machos. Toca Raul...

De acordo com os pesquisadores, a homossexualidade entre as aranhas e inúmeras espécies de insetos não é nenhuma novidade. Contudo, os cientistas ainda não conseguiram determinar qual é exatamente a finalidade evolutiva desse comportamento, já que o ato envolve um enorme desprendimento de energia por parte dos machos, além de poder ser perigoso. Ademais, ele não oferece o benefício óbvio em troca do risco que, neste caso, seriam as crias.

No caso dos mamíferos e pássaros — que também apresentam comportamento homossexual —, os cientistas descobriram que existem benefícios evolutivos para o acasalamento entre membros do mesmo sexo. Segundo contaram, a atividade, além de servir como prática para os jovens adultos, também ajuda a manter as alianças entre os grupos.

Confusão geral

Fonte da imagem: Reprodução/Bugs of Mackie

Já para as aranhas e insetos, algumas teorias sugeriam que a função do “exercício” poderia estar relacionada com a renovação do esperma, ser utilizado como forma de distrair competidores, desencorajar predadores ou, ainda, para que os bichinhos pudessem praticar antes de interagir com parceiros do outro sexo. Entretanto, os pesquisadores não encontraram evidências que apoiassem essas teorias.

Conforme explicaram, em 80% dos casos, o acasalamento homossexual parece ocorrer por mera confusão. No ímpeto de produzir descendentes, os ansiosos bichinhos acabam não “inspecionando” seus pretendentes e se confundem mesmo, cortejando indivíduos do mesmo sexo. Aliás, segundo os pesquisadores, para os insetos parece ser muito mais trabalhoso perder tempo checando o sexo dos parceiros do que desperdiçar uma oportunidade de acasalar.

Possíveis explicações

Fonte da imagem: Reprodução/Aracnoboards

Os cientistas acreditam que tanto as aranhas como os insetos não evoluíram para diferenciar os machos das fêmeas, e a confusão ocorre porque muitas vezes os dois são tão parecidos que bichinhos não conseguem distinguir um do outro. Além disso, muitos machos continuam impregnados com o odor das fêmeas com as quais acasalaram, enviando sinais equivocados a outros “meninos” que estejam pela área.

Segundo os pesquisadores, esse aspecto talvez explique o motivo de algumas espécies acasalarem com machos de outras e até mesmo com objetos inanimados, como garrafas, por exemplo. Outra possibilidade apontada é que esse afã por cruzar com tudo o que existe pela frente também esteja relacionado com demonstrar qual o inseto é mais ativo, o melhor coletor de alimentos e até melhor competidor.

Com tantas questões ainda sem resposta concreta, os pesquisadores pretendem prosseguir com os estudos — puro voyeurismo isso! — para poder determinar quais condições tornam o comportamento homossexual entre os insetos mais provável e, ainda, observar com mais atenção se os machos cortejados oferecem qualquer resistência ou não às investidas dos outros machos.

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