Zoólogo dedica as últimas horas de vida para descrever a sua própria morte

09/11/2015 às 05:302 min de leitura

Karl Schmidt Patterson era um zoólogo e herpetologista norte-americano que se dedicou até o fim da vida ao estudo de répteis e anfíbios.

Em 26 de setembro de 1957, Karl estava em seu laboratório no Field Museum, em Chicago (Illinois, EUA), quando uma cobra da espécie Dispholidus typus foi trazida do Parque Zoológico Lincoln.

Não se sabe ao certo o motivo, mas o zoólogo pegou a cobra de uma maneira diferente da usual, fazendo com que o animal mordesse sua mão. Acreditando que o veneno não seria o suficiente para causar sua morte, já que o réptil era jovem e o atingiu com apenas uma das presas, Karl recusou o tratamento e passou a documentar suas sensações a partir daquele momento em seu “diário da morte”. 

Nas primeiras horas após o incidente, ele descreveu alguns sintomas como náuseas e perda de sangue. Isso aconteceu porque o veneno fez com que a coagulação do sangue cessasse, causando hemorragias. 

No diário, até mesmo a quantidade exata de alimentos consumidos pelo zoólogo era descrita, assim como os sangramentos nas membranas mucosas da boca.

Na manhã seguinte, em uma das suas últimas atualizações, ele relatou que o sangramento estava acontecendo em suas entranhas, sem ainda ter parado em sua boca e nariz. Mesmo assim, ele acreditava que ficaria bem e chegou a avisar em seu trabalho que retornaria no dia seguinte. Logo, seu estado e saúde piorou e um médico foi chamado na esperança de reanimá-lo, mas de nada adiantou.

Karl levou cerca de um dia para morrer. Em sua autópsia foi constatada uma extensa hemorragia interna e pequenos sangramentos por todo o corpo. 

O herpetologista teve uma imensa contribuição para o estudo das cobras e, depois de sua morte, uma gama enorme desses animais levou seu nome em homenagem.

No YouTube é possível assistir a um vídeo que conta o relato científico feito no “diário da morte” sobre o efeito do veneno de uma picada de cobra no corpo humano.

A cobra

A espécie Dispholidus typus, também conhecida como Boomslang, é uma serpente peçonhenta da família Colubridae. Típica da África, seu nome significa “serpente de árvore”. O tamanho médio de uma cobra adulta desta espécie é de 100 a 160 cm. Os machos possuem coloração verde clara e as fêmeas, tons de marrom.

Essas cobras podem abrir as mandíbulas em até 170° ao morder e seu veneno é altamente potente e hemotóxico, ou seja, ele desabilita o processo de coagulação do sangue, causando hemorragias. Porém, a ação costuma ser lenta e, por isso, os sintomas podem não ser aparentes até algumas horas depois da picada. Esse efeito pode causar falsa segurança de que a cobra deu uma “mordida seca”, sem injetar veneno.

Outros sintomas incluem dores de cabeça, náuseas, sonolência e perturbações mentais. 

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