Perigo: local que abriga tumba de Jesus pode desabar a qualquer momento

03/04/2017 às 12:543 min de leitura

Você se recorda que, há alguns meses, depois de décadas de muita discussão, foram iniciadas reformas no Santo Sepulcro, local que abriga a suposta “cama de pedra” na qual o corpo de Jesus teria sido depositado depois de morrer na cruz? Conforme mencionamos na matéria sobre o assunto (que você pode conferir neste link), os restauradores iam aproveitar a oportunidade para realizar uma série de testes com o propósito de descobrir o máximo possível sobre a história desse lugar.

Edícula que merca o local onde Jesus teria sido sepultado

Pois, de acordo com Kristin Romey, da National Geographic, os engenheiros envolvidos nos trabalhos descobriram algo sim — mas as notícias não são nada boas. Depois de conduzir inúmeros levantamentos, os especialistas concluíram que existe um grande risco de que um dos locais mais sagrados do cristianismo entre em colapso e as consequências poderiam ser catastróficas.

Emaranhado histórico

Segundo Kristin, os engenheiros acabaram de concluir as reformas na Edícula, a pequena capela que se encontra no interior da Basílica do Santo Sepulcro. Esse pequeno santuário abriga os remanescentes de uma caverna que, desde o século 4 (pelo menos), é venerada pelos cristãos como sendo a tumba de Cristo. A última vez que ele havia passado por reparos foi no século 19, após um incêndio danificar o local.

Edícula e rotunda durante a última reforma

Entretanto, os levantamentos realizados durante as obras revelaram que boa parte da Edícula, assim como a rotunda que se encontra ao seu redor, parece ter sido construída sobre as ruínas de estruturas anteriores — e se encontra sobre um extenso emaranhado de túneis e canais que podem ceder.

Os arqueólogos acreditam que a Basílica foi construída sobre um local onde, há cerca de 2 mil anos, existia uma antiga pedreira de calcário que, com o tempo, passou a abrigar as sepulturas de judeus das classes mais abastadas. Tanto que só na área ocupada pela igreja, pelo menos seis tumbas foram identificadas — além, é claro, do suposto sepulcro de Jesus. Acontece que esse lugar foi palco de inúmeras construções e desconstruções ao longo dos séculos.

Pedra de mármore que marca o local onde o corpo de Jesus teria sido depositado após a crucificação

No ano 70 d.C., Jerusalém foi destruída e, durante a sua reconstrução, Adriano, o imperador romano da época, mandou que um templo pagão fosse construído sobre o lugar que teria abrigado o corpo do nazareno. Com o fim da perseguição aos cristãos decretado por Constantino no século 4, essa estrutura foi derrubada e, no ano de 326, uma basílica foi erguida para marcar o local de sepultura de Jesus.

A basílica foi parcialmente destruída durante as invasões persas no século 7, reconstruída parcialmente e novamente derrubada — juntamente com todas as igrejas que existiam em Jerusalém — pelo califa Al-Hakim no início do século 11. Então, em meados desse século, a igreja foi erguida outra vez e a Edícula foi reformada pelos cruzados; a estrutura voltou a passar por alterações no século 16 e início do 19.

Instabilidades

A basílica atual se encontra sobre toda essa bagunça histórica e incorpora várias fases anteriores de sua construção. Os engenheiros acreditam, por exemplo, que tanto a rotunda como o domo que protegem a Edícula tenham sido criados a partir da igreja original de Constantino — e possivelmente do templo pagão romano que havia ali antes.

Milhões de pessoas visitam esse local sagrado todos os anos

Além disso, os cientistas responsáveis pela reforma usaram câmeras robóticas, sistemas de radar e outras tecnologias para avaliar as condições do local, e descobriram que partes da Edícula se encontram sobre as ruínas de estruturas anteriores ou diretamente sobre o inclinado terreno da pedreira. Ademais, a fundação feita de argamassa cedeu devido a décadas de exposição à umidade dos canais de drenagem que se encontram sob a rotunda.

Risco iminente

Existem, ainda, outros túneis que correm nas imediações da Edícula e um corredor com aproximadamente 2 metros de profundidade que foi escavado na década de 60 por arqueólogos e fica sob uma laje de concreto que não possui suporte algum — e sobre a qual os visitantes do local formam filas para visitar o sepulcro. Como se fosse pouco, várias das colunas de 22 toneladas que sustentam o domo da rotunda se encontram sobre uma camada de escombros não consolidados de pouco mais de um metro.

Em outras palavras, o local deve ser sagrado mesmo para não ter desabado ainda, mas não há Cristo que vá segurar as coisas para sempre! Para solucionar os problemas, os engenheiros propõem a remoção do piso ao redor da Edícula, a injeção de argamassa sobre os escombros que sustentam a fundação e a escavação de uma área de mais de 90 metros quadrados para a instalação de um novo sistema de drenagem.

As obras teriam duração de 10 meses e custariam 6 milhões de euros, mas são vitais para a conservação desse local sagrado — e para a segurança dos mais de 4 milhões de pessoas que visitam o sepulcro todos os anos.

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