Por que os vilões nos fascinam tanto?

12/06/2018 às 08:302 min de leitura

Na série "Sherlock", Moriarty é uma criatura desprezível, inteligente e fascinante. Boa parte de por que "Batman: O Cavaleiro das Trevas" é uma verdadeira obra-prima se deve ao trabalho incrível de Heath Ledger como o Coringa. Em "Malévola", Angelina Jolie dá vida a uma das vilãs mais detestáveis da Disney. Todos eles, no entanto, causam reações conflitantes entre seus espectadores.

Por que, no entanto, essas figuras claramente mal-intencionadas encantam tanto? Calma, não necessariamente há um vilão escondido dentro de você esperando para sair. A ciência tem uma boa explicação.

De acordo com Jens Kjeldgaard-Christiansen, um pesquisador da Universidade Aarhus, da Dinamarca, o motivo para o nosso amor por vilões tem suas raízes na Psicologia Evolucionista  isso mesmo, lá vem o Darwin! Em um artigo publicado no periódico científico da Associação Americana de Psicologia, ele argumenta que nós, humanos, desejamos aquilo que não entendemos, mesmo quando isso nos deixa repugnados.

"A psicologia evolutiva fornece um modelo básico para vilões de impacto: eles são egoístas, exploradores e sádicos. Eles contrariam o ethos pró-social da sociedade. A psicologia social incorpora esse modelo nas interações dos personagens, oferecendo mecanismos pelos quais comportamentos cruéis podem ser realizados", explica um trecho do artigo.

Afasta, mas aproxima

É como aquela cena clássica dos filmes de terror em que, olhando de fora, qualquer pessoa é capaz de dizer que não vai "dar boa": a pessoa entra em uma casa escura, ouve um barulho  evidentemente tem algo ali , mas continua indo. A curiosidade e o mistério entram em conflito com o medo, mas ao mesmo tempo se relacionam.

Por exemplo, se você é um fã de "Star Wars", provavelmente concorda que conhecer a história por trás de Darth Vader é uma parte importante ao longo dos filmes da saga. O que levou o jovenzinho bem-intencionado Anakin Skywalker a se tornar o mais poderoso vilão da galáxia? Como pode uma pessoa ~normal~ se voltar para o lado negro da força?

É justamente esse tipo de dúvida envolvendo o vilão que nos atrai, segundo os pesquisadores. Mas a gente não pode torcer por eles; afinal, eles fazem coisas ruins  e o que isso faria de nós, espectadores? Para equilibrar esse fascínio, o que normalmente acontece é que os criadores desses vilões da ficção utilizam o fator "repulsa".

E, veja, não se trata de repulsa porque o filme é ruim. E sim aquela no sentido mais tradicional: algo neles precisa, ao mesmo nos afastar para compensar o que nos atrai. Nas palavras do pesquisador:

O nojo pode contribuir para a percepção da natureza maligna de um personagem através da desumanização, provavelmente composta por uma conflação cognitiva de nojo em relação a potenciais contaminantes e desgosto moral em relação às transgressões sociais

Em outras palavras: apesar de encantado com seus passados misteriosos, o público precisa ter um motivo para não gostar dos anti-heróis, e ele frequentemente é o famoso nojinho. Michael Myers, por exemplo? Nada agradável aquela máscara.

E, que tal Freddy Krueger? Admita, você curte tanto o Fred que até pensou em comprar um brusinha igual à dele, mas aquela pele derretendo pode ser bem repulsiva.

É claro que há exceções, mas os exemplos são diversos. Então, da próxima vez que você achar um vilão como o Negan do Jeffrey Dean Morgan em "The Walking Dead" atraente, bem-vindo ao clube dos humanos!

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