Monopoly e o lado sombrio do capitalismo

05/11/2019 às 08:002 min de leitura

Monopoly é um popular jogo de tabuleiro com a proposta de expansão e aquisição de propriedades, onde o jogador que as adquire passa a ter o direito de cobrar aluguel de quem tiver a infelicidade de cair na casa correspondente. Conhecido também por Banco Imobiliário aqui no Brasil, muitos conhecem suas regras, mas poucos sabem que, na verdade, sua origem foi totalmente distorcida e o jogo, atualmente, é bastante diferente do que propunha inicialmente e iria incomodar bastante sua criadora, Elizabeth Magie, por ser exatamente oposto do que ela defendia.

Feminista e um grande símbolo da luta pelas questões de gênero, Elizabeth decidiu confrontar o sistema capitalista de posse de propriedades privadas motivada pelas teorias de Henry George, autor do livro Progress and Poverty (Progresso e Pobreza, em português), acreditando que a riqueza crescente das elites seria consequencia da imensa desigualdade causada pela má distribuição de terras. Assim, o autor passou a questionar a taxação de impostos pelas terras, sugerindo que isso deveria servir para o bem estar de todos, não apenas para retornar aos proprietários como capital.

https://www.institutodeengenharia.org.br/site/2019/05/09/mulheres-que-mudaram-a-engenharia-e-a-ciencia-elizabeth-j-magie/
(Fonte: Pinterest/Divulgação)

E foi para provar a teoria de George que Elizabeth criou seu próprio jogo de tabuleiro, batizado de The Landlord's Game (O Jogo do Dono da Terra, em tradução livre) e patenteado em 1903. A proposta do jogo era demonstrar os efeitos avassaladores do monopólio de terras e seu consequente uso dos impostos. Apresentado em forma de pista, várias edificações eram postas à venda, funcionando através de duas regras principais:

  1. Prosperidade: cada jogador ganhava algo sempre que uma nova propriedade era adquirida por quem quer que fosse. A ideia era o igual investimento de taxas para todos e o jogo terminava quando quem começou com a menor quantia dobrasse o seu valor, com todos ganhando.
  2. Monopolista: os jogadores buscavam obter o máximo possível de propriedades e taxar todos que passassem pelas suas respectivas casas, com a ideia de o jogo encerrar quando alguém levasse todos os outros à falência.

A ideia para a criação de ambas as regras era mostrar, em diferentes perspectivas, os resultados que se pode obter com a "demonstração prática do sistema atual de tomada de terras com todos os seus resultados e consequências". "Pode muito bem ser chamado 'O Jogo da Vida'", afirmou Elizabeth, "já que tem todos os elementos de sucesso e fracasso do mundo real e o objeto é o mesmo que a raça humana em geral parece ter: a acumulação de riqueza".

Com a popularização que o jogo de Elizabeth ganhou, diversos grupos passaram a assediá-la, alterando algumas de suas regras e permitindo a criação de cópias, como foi o caso de Charles Darrow, que vendeu o jogo à Parker Brothers como se fosse seu. Após a descoberta da verdadeira criadora do jogo, a empresa decidiu comprar a patente e relançou o game sob a alcunha de Monopoly, onde o vencedor seria quem triunfasse sobre todos.

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