Pergaminhos do Mar Morto falsos estavam expostos no Museu da Bíblia

20/03/2020 às 08:002 min de leitura

Descobertas de artefatos raros sempre causam êxtase entre os arqueólogos. Em 1947, a descoberta dos manuscritos do Mar Morto surpreendeu o mundo e transformou os estudos religiosos, tornando os pergaminhos artigo de luxo. Eles eram alguns dos itens mais procurados pelos museus o que, às vezes, pode gerar uma “confusão”.

Inaugurado em 2017, o Museu da Bíblia, em Washington, D.C., adquiriu 16 fragmentos que seriam, supostamente, parte do tesouro encontrado nas cavernas Qumran, perto do Mar Morto, em 1947. Os pergaminhos levavam status de atração principal, mas recentemente, o museu admitiu que eles são falsos. A maioria dos pergaminhos reais são mantidos no Santuário do Livro, em Israel.

Um ano após a inauguração, o Museu da Bíblia admitiu, não sem antes relutar, que cinco fragmentos haviam sido forjados. Eles foram retirados de exibição. Apesar disso, o museu acreditava que os outros 11 fossem reais, embora especialistas já desconfiassem de pelo menos outros dois.

Agora, o museu foi forçado a admitir que todo o lote é falso. Em entrevista à National Geographic, o CEO Harry Hargrave disse que eles foram vítimas de falsas declarações e de fraude. “O Museu da Bíblia está tentando ser o mais transparente possível”, ressaltou.

Pergaminhos foram expostos como atração principal no museuPergaminhos foram expostos como atração principal no museu

Museu da Bíblia

Fundado por Hobby Lobby, o museu tem como grande investidor Steve Green, que depositou boa parte da riqueza que construiu com lojas de artesanato na compra de antiguidades originárias do Oriente Médio.

Os manuscritos do Mar Morto foram autenticados como genuíno e com carbono que data entre 1900 e 2300 anos. Os textos, em sua maioria, são encontrados no Antigo Testamento, o que inclusive facilita a falsificação, uma vez que, basta “escolher” um trecho bíblico e copiar. Desde 2002 as falsificações começaram a ser identificadas no mercado paralelo, mas até o momento, não havia registro de uma exibição falsa tão famosa.

A investigadora de fraudes de arte Colette Loll afirmou que a tinta utilizada nos pergaminhos era moderna, mas o couro tem aproximadamente a idade dos verdadeiros. Os motivos pelos quais alguém descobre couro de 2 mil anos e falsifica ainda são incertos.

William Kando é o nome de um dos vendedores dos fragmentos. Ele é filho do negociante de antiguidades Khalil Shahin, que descobriu e comprou muitos pergaminhos verdadeiros nos anos 1950. Além de Kando, Green também comprou os manuscritos de outros colecionadores.

Essa não é a primeira vez que Green se tem em “encrenca”. Em 2016, ele foi multado em US$ 3 milhões por ter comprado 5,5 mil artefatos antigos que foram saqueados do Iraque após a invasão de 2003. Esses objetos foram contrabandeados ilegalmente para os Estados Unidos e custaram a ele US$ 1,6 milhão.

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