Hell Gate: o brinquedo de parque de diversões que te leva pro Inferno

22/07/2020 às 13:002 min de leitura

Ao redor do mundo, existem parques de diversões e brinquedos com as mais diversas inspirações: do Beto Carrero World, aqui no Brasil, aos parques temáticos de Orlando e os diversos parques da Disney, em vários locais. 

Mas você já pensou como seria um brinquedo que levasse você para dar uma voltinha no Inferno? Essa era a proposta do "Hell Gate" (Portão do Inferno, em português), a atração mais "quente" de Coney Island na primeira década do século XX. 

A atração mais quente de Coney Island

Explicando para quem não conhece, Coney Island é um bairro no sul do Brooklyn, em Nova York. Muitos turistas e moradores da região vão para lá, no seu tempo livre, para aproveitar as praias e parques de diversões. Um desses parques, no início do século XX, era a Dreamland — Terra dos Sonhos, em português. 

Em sua segunda temporada, em 1906, o parque orgulhosamente anunciava sua nova e bizarra atração, o Hell Gate. O brinquedo se destacava no parque: um enorme castelo, com uma figura de Satã, vermelha e com asas, na parte de cima. 

O brinquedo virou a sensação de Nova York naquela temporada. Sob o olhar zangado de Lúcifer, os visitantes se amontoavam nos carrinhos e desciam por um redemoinho. Esse redemoinho ficava cada vez mais estreito em direção ao centro, até que os carros simplesmente sumiam no meio da água, no tal Portão do Inferno. O grande atrativo era, justamente, entender o que havia debaixo do portão.

Satã recebendo os visitantes no Portão do Inferno Satã recebendo os visitantes no Portão do Inferno 

O que havia além dos portões do inferno?

Algumas reportagens de jornal da época — todas elogiando o brinquedo, diga-se de passagem — contam para a gente. Em uma volta de alguns minutos, debaixo da terra, os carrinhos passavam por vários efeitos especiais simulando o inferno, como demônios agarrando pessoas, simulações de labaredas... Até que, no final, os visitantes ouviam um discurso sobre bom comportamento e Satã era derrotado por um anjo. 

Mas o Hell Gate não era a única atração com temas religiosos da Dreamland, para aquela temporada: perto dali estava o brinquedo Creation (Criação). Nele, as pessoas podiam dar uma voltinha pelo mundo do livro de Gênesis, da Bíblia. Inusitado, não?

Mas essa era uma prática comum da época, com motivos bastante racionais. Isso porque a prefeitura de Nova York tinha regras bastante restritas, determinando que apenas atividades religiosas e educativas poderiam abrir no domingo. 

Como os donos de parques de Coney Island não queriam ficar de portões fechados bem no dia de maior faturamento da semana, eles criavam esse tipo de atração, para se enquadrar na parte de "atividades religiosas" das regras. Faz sentido.

Fachada do brinquedo "Creation", inspirado no Gênesis(Fonte: Wikimedia Commons)Fachada do brinquedo "Creation", inspirado no Gênesis(Fonte: Wikimedia Commons)

Que fim levou o Hell Gate?

Coincidência ou não, o Portão do Inferno acabou em chamas, literalmente. Em uma madrugada de 1911, quando os trabalhadores preparavam os brinquedos para receber os visitantes no dia seguinte, algumas luzes do túnel começaram a explodir. 

Os bombeiros não conseguiram apagar o fogo e, dentro de algumas horas, não apenas o "Hell Gate" como todo o parque Dreamland foi consumido pelas chamas. Os prejuízos foram calculados, na época, em 5 milhões de dólares — o equivalente a 135 milhões, hoje. O parque não foi reconstruído, mas sua destruição ajudou a moldar o que Coney Island é hoje: após o incêndio, os outros parques da região deixaram de investir nessas atrações enormes e cheias de pirotecnia, para abrir salões de dança, bares e cinemas.

O parque de diversões Dreamland, após o incêndio (Fonte: NY Post/Reprodução)O parque de diversões Dreamland, após o incêndio (Fonte: NY Post/Reprodução)

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