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Você sabia que as plantas podem “ver”?

28/09/2016 às 05:453 min de leitura

E se a gente dissesse para você que as plantas “enxergam”? Você provavelmente pensaria que é uma maluquice nossa, certo? No entanto, embora essa afirmação pareça meio esquisita quando pensamos na visão do modo como conhecemos, se pensarmos que as plantas percebem a luz e a sombra e reagem a elas de alguma forma, talvez fique mais fácil entender a ideia de que as plantinhas são capazes de “ver”.

Na realidade, se compararmos a “visão” das plantas com a dos animais em geral, é inegável que existem diferenças entre elas. Afinal, por um lado, as plantas não formam uma imagem com detalhes em suas mentes, evidentemente. Mas, por outro, elas conseguem distinguir comprimentos de onda como o UV — ou infravermelho — que são, por exemplo, invisíveis a nós, humanos, e a outros animais também.

Experimentos

Alguns experimentos já demonstraram a reação das plantas à luz e, dessa forma, a visão dos vegetais começou a ser pesquisada. Um desses estudos, aliás, foi conduzido por Charles Darwin, aquele mesmo cara que desenvolveu a Teoria da Evolução, lembra?

Então, Darwin estava interessado em descobrir como as plantas “seguiam” a luz e fez um experimento que consistiu em deixar uma planta de alpiste em um quarto escuro com apenas uma vela acesa. Ele, então, observou que o alpiste crescia se dobrando em direção à fonte de luz. De alguma forma, Darwin acreditava que o “olho” das plantas estaria na ponta delas; ou seja, no caso do alpiste, era o seu cume que enxergava a luz.

Elas podem "ver"!

Mas Darwin, sendo o cientista curioso que era, decidiu cortar o topo da planta para ver o que acontecia e notou que a planta perdia a capacidade de buscar a luz, confirmando sua hipótese. Só que essa manipulação poderia ser considerada inapropriada, e a perda da sensibilidade ser devida a um dano no vegetal.

Então, ele testou outras duas alternativas: cobrir o cume de alguns alpistes com uma espécie de tampa impermeável à luz, e de outros com tampa transparente. O encurvamento para a luz foi observado apenas nos alpistes cobertos com o material transparente e, assim, ficou fortalecida a ideia de que o topo das plantas é capaz de “enxergar” a luz e também de repassar essa informação para as outras partes dela.

Mas como as plantas fazem para enxergar?

Nós, humanos, temos dois tipos de células envolvidos no processo de visão: os cones e os bastonetes. Essas células contam com fotorreceptores, moléculas que recebem a luz e transmitem a informação para ser interpretada pelo cérebro. De maneira similar, as plantas apresentam seus próprios fotorreceptores que percebem a luz e repassam a informação ao vegetal. Só que de um jeito um pouquinho diferente...

Elas só "enxergam de um jeitinho diferente do nosso!

Se compararmos a visão das plantas com a nossa, as diferenças são evidentes. Nós enxergamos a luz que está na faixa de 400 a 700 nanômetros, enquanto os vegetais “veem” na faixa de 300 a 750 nanômetros. Além disso, os humanos contam com cinco fotorreceptores diferentes, enquanto as plantas têm pelo menos 13.

Ademais, nossos fotorreceptores estão apenas nos olhos, enquanto os dos vegetais se encontram em todas as células. Nós usamos a visão para perceber detalhes do ambiente; já elas a usam para obter alimento, crescer, florescer etc. Em outras palavras, as plantas conseguem “ver” e distinguir mais cores e de forma mais ampla, abrangente e com mais finalidades que nós, humanos, e o mais incrível é que essas habilidades estão presentes em todas as plantas.

Plantinhas buscando a luz

Posteriormente aos ensaios de Darwin, foi descoberto que diferentes comprimentos de onda (cores, na prática) também causam respostas diferentes nos vegetais. O crescimento encurvado observado por ele é, por exemplo, ocasionado pela luz azul, enquanto o florescimento e a germinação podem ser determinados pela luz vermelha.

Esse papo todo de as plantas serem capazes de “ver” pode parecer confuso e até um pouco ilógico, mas, se pensarmos no conceito de visão como o ato de detectar a luz e reagir a ela de alguma forma, as plantas certamente enxergam. E muito bem!

* Este texto é de autoria de Marcus Cattem, professor de Ciências e Biologia

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