Preferências de crianças por doces e salgados estão inter-relacionadas

19/03/2014 às 11:172 min de leitura

(Relaxnews) – Os cientistas do Monell Chemical Senses Center, da Filadélfia, Pensilvânia, descobriram que crianças que gostam mais de sabores doces também apreciam sabores salgados, e preferem tais sabores mais do que os adultos. O estudo, publicado no periódico PLOS ONE, sugere que a biologia contribui para nosso prazer em comer doces e salgados, que são ricos em calorias e sódio, respectivamente.

A principal autora, Julie Mennella, biopsicóloga PhD da Monell, e seus colegas testaram 108 crianças entre 5 e 10 anos de idade, bem como suas mães, sobre preferências por comidas doces e salgadas. O mesmo método de teste foi usado em ambos os grupos, que degustaram “caldo e biscoitos com quantidades variadas de sal, e água adocicada e balas com quantidades de açúcar variadas”. O método de Mennella foi desenvolvido cientificamente para determinar as preferências de sabores, mesmo em crianças pequenas. Isso é realizado fazendo os participantes compararem e escolherem seus favoritos em relação a dois níveis diferentes de um sabor particular, e em seguida compararem esse favorito com outro sabor, e assim sucessivamente “até que o predileto vencedor seja identificado”.

A equipe de pesquisa também pediu às mães e crianças para listarem as comidas e bebidas que consumiram nas últimas 24h, a fim de medirem seu consumo diário de sódio, calorias e açúcar adicional. Os participantes forneceram amostra de saliva que foi classificada geneticamente em relação ao gene receptor de doces, e uma amostra de urina que mediu os níveis de Ntx, um indicador de crescimento ósseo. Peso, altura e percentual de gordura foram medidos em cada participante também. Dois terços das crianças que fizeram parte da pesquisa estavam acima do peso ou eram obesas, e consumiam o dobro do nível recomendado de sódio. O consumo de açúcar adicional foi equivalente a 20 colheres de chá, ou seja, 300 calorias, diariamente.

Após analisarem os dados desse experimento, os pesquisadores descobriram que as preferências por doces e salgados estavam inter-relacionadas e eram geralmente maiores que nos adultos. Também descobriram que as preferências das crianças estavam “relacionadas com as medidas de crescimento e desenvolvimento”, pois as crianças que eram altas para sua idade preferiram combinações mais doces, ao passo que aquelas com alto percentual de gordura corporal preferiram as sopas mais salgadas. Um indicativo de que as preferências por alimentos doces estaria relacionada com picos de crescimento também foi encontrada, no entanto essa confirmação requer estudos mais profundos com um grupo maior de crianças.

“Nossa pesquisa mostra que gostar de salgados ou doces reflete parcialmente na biologia da criança”, apontou Mennella. “A predileção das crianças em fase de crescimento por doces e salgados as torna mais vulneráveis à dieta moderna, que é diferente da dieta do nosso passado, quando sal e açúcar eram commodities raras e caras.”

Uma ligação entre preferências por doces e salgados também foi encontrada nos adultos. Ao contrário das crianças, o genótipo do receptor de doces nos adultos estaria correlacionado ao nível mais alto de preferência por doces. “Há diferenças congênitas que afetam a preferência por doces nos adultos”, diz a colaboradora Danielle Reed, PhD, “mas, nas crianças, outros fatores – talvez o estado de crescimento – são mais influentes que a genética”.

Com as crianças dos EUA atualmente consumindo quantidades de sal e açúcar muito acima do recomendado e a Organização Mundial de Saúde, American Heart Association, Departamento de Agricultura dos EUA e Instituto de Medicina recomendando diminuições significativas no consumo de açúcar e sal para crianças, compreender que a biologia básica conduz as crianças a desejarem doces e salgados pode ter um papel importante no “desenvolvimento de estratégias mais inteligentes e instrutivas para a promoção de uma alimentação saudável que supra as necessidades particulares de crescimento das crianças”, ressaltou Mennella, sobre as implicações de sua pesquisa.

Via EmResumo

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