7 línguas mais malucas e difíceis de aprender

28/02/2019 às 03:304 min de leitura

A dificuldade em aprender novas línguas pode variar de pessoa para pessoa por diferentes motivos. Porém, com um bom professor e um pouco de esforço e dedicação, nenhum idioma é impossível de ser assimilado.

Claro que, por conta de distância, diferenças entre os alfabetos, variações fonéticas e até mesmo técnicas obscuras para construir ou pronunciar palavras, algumas línguas se destacam em termos de dificuldade.

Listamos aqui alguns dos idiomas considerados mais difíceis de serem aprendidos e explicamos os motivos que os tornam tão complexos.

Tuyuca

Escolhido pelo The Economist como a língua mais difícil do mundo, o tuyuca é originário da Amazônia colombiana e brasileira e é falado por menos de 1 mil pessoas. As palavras são formadas através de aglutinações de sons que significam alguma coisa. Por exemplo, a palavra “hóabãsiriga” significa “eu não sei escrever”.

O idioma possui cerca de 140 gêneros. As classes de pronomes em tuyuca não se limitam apenas a definições relacionadas aos órgãos reprodutores, identidade ou papel social, mas também grupos de objetos que precisam ter uma definição e construção específica dentro de frases.

Existe um gênero específico para designar uma casca que não fica grudada na árvore, e essa mesma classe pode também pode ser usado para calças folgadas ou para madeira molhada que começou a se despedaçar.

Além disso, o tuyuca também tem duas palavras diferentes para “nós”, que varia para incluir ou excluir a pessoa com quem se conversa. Parece complicado o suficiente? Calma que ainda tem mais.

Essa é uma língua evidencial, então a única maneira de afirmar algo é terminando a frase com um verbo específico que forneça informações sobre como você sabe que aquilo é verdade. Quando você sabe de algo porque viu acontecendo, é preciso terminar a frase com “-wi”, enquanto quando você só acredita que aquilo é verdade, precisa completar com “-hiyi”.

!Xóõ

!Xóõ é uma língua falada por cerca de 3 mil pessoas no sudoeste de Botsuana, na África, na qual as pessoas se comunicam através de estalos feitos com a língua no céu da boca. É comum que pessoas adultas que dominam a língua desenvolvam uma espécie de nódulo na laringe por conta do processo envolvido para aprender a emitir os sons.

O alfabeto tem cerca de 26 vogais e 122 consoantes, mas o número exato não é um consenso entre linguistas e historiadores, que se dividem entre diferentes teorias e interpretações sobre os sons e diferentes tons (altos e baixos) do idioma.

Alguns pesquisadores apontam que o !Xóõ, ou algo bem similar ao idioma, seria a língua mais antiga do mundo e, conforme a humanidade migrou para outras regiões, as pessoas desaprenderam a fazer os característicos sons de cliques.

Silbo gomero

Aprender a assobiar não é tão difícil, mas dominar uma língua totalmente articulada através desses sons parece uma tarefa árdua. O nome do idioma significa “assobio gomero” porque é oriundo da região de La Gomera, nas Ilhas Canárias.

Enquanto outras culturas investem em centenas de sons diferentes, o silbo gomero tem um alfabeto composto de apenas duas vogais e quatro consoantes. A variação de sons pode ser simples, mas é preciso bastante fôlego para se comunicar nessa língua.

Uma pessoa com mais habilidade no idioma poderia comunicar notícias e celebrações por distâncias que chegavam até a três quilômetros. Essa característica era bastante útil em uma região montanhosa, evitando que as pessoas se deslocassem apenas para dar pequenos recados. Só não seria tão prático para contar uma fofoca, pois os falantes da língua também conseguem distinguir muito bem de onde veio o som.

Silbo gomero é a única língua baseada em assobios que é totalmente desenvolvida e praticada por uma comunidade expressiva, com mais de 22 mil pessoas. Ela era passada de pais para filhos, mas começou a ser ensinada em escolas em 1999 e é falada pela grande maioria dos habitantes de La Gomera.

Em 2009, o idioma foi declarado pela Unesco como patrimônio oral e imaterial da humanidade para prevenir o seu desaparecimento. A preocupação tem bastante fundamento, pois cair no esquecimento foi algo que já ocorreu com outras línguas assobiadas das Ilhas Canárias.

Pawnee

Pawnee é um idioma nativo de algumas tribos indígenas norte-americanas localizadas em Oklahoma. Ela é uma língua polissintética, que agrupa diferentes morfemas com significados diferentes da raiz de um substantivo ou verbo.

Um exemplo fácil é “kutatii’i”, que significa “isto é meu” e é composto de palavras menores que indicam possessão e existência. Pode parecer simples, mas outros vocábulos que são bem fáceis em português podem ficar bem confusos em Pawnee.

“Barbearia” no idioma seria “iririiraktahkictapiriwu”, que é uma palavra composta pela descrição de o que seria o estabelecimento e “hatkaahuhtiirahpuh” significa “cavar uma vala ou poço em volta de uma residência para evitar infiltração ou em torno de um quintal para evitar escoamento”.

Archi

Esse idioma falado em uma região no sudoeste da Rússia tem nada menos que 1,5 milhão de terminações para cada verbo. Como se isso já não fosse difícil o bastante, também existem modificadores de verbo para quatro gêneros, além de número e outras pequenas nuances que podem indicar possibilidade, dúvida ou certeza.

Apesar das inúmeras variações e terminações verbais, o número de pessoas que falam fluentemente a língua se restringe apenas a uma vila com cerca de 1,2 mil habitantes.

Até pouco tempo atrás, praticamente não haviam registros escritos do archi, e os poucos que existiam eram feitos com alfabeto romano. Em 2006, uma ortografia baseada no alfabeto cirílico foi desenvolvida e usada em um dicionário de archi-russo-inglês.

Bora

Bora, boru ou miraña é uma língua falada por tribos indígenas no norte do Peru, noroeste do Brasil e sudeste da Colômbia por cerca de 2,5 mil pessoas. Esse é o idioma com mais “gêneros” no mundo, contando com nada menos que 350 classes de pronomes.

Ubykh

Ubykh é uma língua falada na Turquia e em Sóchi, na Rússia. Ela tem cerca de 80 consoantes e apenas 2 vogais, sendo que quatro das consoantes só são encontradas em onomatopeias ou estrangeirismos.

Não há uma padronização para a escrita do ubykh, e parte dos relatos escritos são grafados com uma mistura do alfabeto latino com o alfabeto fonético internacional, enquanto outros relatos usam o alfabeto cirílico.

Os descendentes do povo ubych tentam resgatar e reaprender a língua, mas ela é considerada morta desde 1992, quando Tevfik Esenç, a última pessoa conhecida por falar ubykh com fluência, faleceu aos 88 anos.

Porém, para evitar que a linguagem fosse perdida para sempre, diversos linguistas conseguiram registar em áudio e fazer extensas anotações sobre ela, mantendo os registros para gerações futuras.

Apesar de serem idiomas únicos e curiosos, eles têm cada vez menos adeptos por conta da globalização e da modernização. Alguns pesquisadores estimam de cerca de metade dos idiomas falados hoje podem desaparecer em um século, e linguistas de todo o mundo tentam registrar tudo o que podem antes que cultura oral que foi mantida por gerações em pequenas tribos isoladas seja totalmente esquecida.

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