Resultados dos testes realizados na tumba de Jesus Cristo foram divulgados

29/11/2017 às 06:463 min de leitura

Você soube que há pouco mais de um ano um time de cientistas ganhou acesso ao local que supostamente teria servido de sepultura a Jesus Cristo? Nós do Mega Curioso chegamos a compartilhar essa notícia por aqui — você pode conferir a matéria completa através deste link — e, nela, explicamos que esse local se encontra na Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, e que essa era a primeira vez em mais de 500 anos que a tumba era aberta.

Basílica do Santo SepulcroEdícula no interior da Basílica do Santo Sepulcro (Smithsonian.com/Michael Privorotsky)

Mais especificamente, a equipe recebeu permissão para avaliar a Edícula, estrutura que abriga a “cama de pedra” onde o corpo de Cristo teria sido colocado após sua morte na cruz, e a operação toda faz parte de uma série de reformas e restaurações com o objetivo de preservar esse que é um dos locais mais sagrados do cristianismo. Na verdade, os pesquisadores levaram décadas para conseguir acesso a esse sítio incrível — e é óbvio que eles não iam perder a oportunidade para realizar uma porção de testes, né!

Resultados

Os primeiros resultados das análises realizadas no bloco de calcário — que, segundo a fé cristã, teria recebido o corpo de Jesus — acabaram de ser divulgados e eles revelam que ele é mais antigo do que os cientistas previam. Os pesquisadores empregaram um método chamado OSL (de Optically Stimulated Luminescence ou luminescência opticamente estimulada em tradução livre) para realizar a datação do sepulcro e concluíram que a cama de pedra foi construída por volta do ano 345.

Santo SepulcroSanto Sepulcro (Wikimedia Commons/Ian e Wendy Sewell)

O resultado, na realidade, é surpreendentemente plausível — para não dizer precisa —, considerando a história do templo. Os registros históricos apontam que no lugar onde a Basílica do Santo Sepulcro foi construída existe uma pedreira de calcário que serviu de necrópole para judeus de famílias mais abastadas, incluindo, segundo os seguidores do cristianismo, para Jesus Cristo (até a sua ressurreição).

Contudo, no ano 70, Jerusalém foi destruída e, mais tarde, durante a sua reconstrução, o imperador romano da época — Adriano — mandou que o local identificado como sendo a tumba de Jesus fosse coberto de terra e que um templo dedicado a Vênus fosse erguido sobre o lugar. Então, no comecinho do século 4, Constantino, outro imperador romano, pôs fim à perseguição aos cristãos com o Édito de Tolerância e o edifício pagão acabou sendo derrubado.

Cerco a Jerusalémlustração que retrata o Cerco a Jerusalém em 1099 (Wikimedia Commons/Domínio Público)

Em seu lugar foi erguida a Basílica do Santo Sepulcro, fundada no ano de 326, mas a (longa) história de construção e reconstrução desse templo não acabou por aí. Ele foi reconstruído um século mais tarde a pedido de Justiniano, parcialmente destruído durante as invasões persas no século 7, reconstruído de novo e derrubado outra vez — juntamente com todas as igrejas que existiam em Jerusalém — pelo califa Al-Hakim no início do século 11.

Aliás, essa destruição provocada pelo califa foi uma das motivações para o início das Cruzadas — e foram os cruzados que, na virada do século 12, reconstruíram o templo após a reconquista de Jerusalém. Depois disso, a Edícula foi reformada e a estrutura voltou a passar por alterações no século 16 e início do 19 —e essa é a estrutura na qual o time está trabalhando. Ufa!

Permissão histórica

A tumba de Jesus ficou aberta por apenas 60 horas, e foi durante esse curto período que os cientistas coletaram amostras do material que se encontra entre cama de calcário e uma peça de mármore que foi colocada sobre ela com o objetivo de protegê-la da ação do tempo e toque dos peregrinos.

Imperador ConstantinoConstantino e sua mãe, Helena (Wikimedia Commons/CC BY-SA 4.0)

Os pesquisadores acreditavam que essa placa — que mede 1,5 metro de comprimento por 90 centímetros de largura, aproximadamente — tinha sido posta ali pelos cruzados, mas os testes revelaram que isso aconteceu ainda no período romano, possivelmente a mando de Constantino.

Evidentemente, as análises não provam que a cama de calcário realmente recebeu o corpo de Jesus Cristo (ou de qualquer outra pessoa, na verdade), mas os resultados claramente ligam o local sagrado ao imperador romano que pôs fim à perseguição aos cristãos há 1,7 mil anos — e isso não deixa de ser assombroso. Os cientistas devem publicar um estudo detalhando essa e outras descobertas nos próximos dias, portanto, é possível que mais novidades sejam divulgadas.

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