A Tripofobia – medo irracional de furos e buracos – pode não ser uma fobia

10/01/2018 às 05:012 min de leitura

Uma das matérias que mais surpreenderam nós aqui da redação do Mega Curioso foi uma que a gente publicou por aqui já faz algum tempo e que tratava sobre a Tripofobia – ou seja, um transtorno que consiste no medo irracional a furos e buracos. Faça um teste rápido olhando para a foto a seguir:

E aí, sentiu aflição? (Mental_Floss)

Na verdade, acompanhando os comentários dos nossos leitores – tanto aqui no site, como no perfil do Mega no Facebook –, parece que muitos também se surpreenderam ao descobrir que se sentiam bastante perturbados ao olhar para as imagens que usamos para ilustrar o artigo e, portanto, provavelmente sofriam com essa curiosa condição.

Pois, de acordo com Michelle Starr, do site Science Alert, um estudo recente, conduzido por pesquisadores da Universidade Emory, situada em Atlanta, nos EUA, sugere que a tripofobia pode não ser uma fobia, mas sim um tipo de resposta associada com a aversão – em vez de com o medo irracional.

Repulsa evolutiva

Segundo Michelle, a tripofobia é um fenômeno que afeta pouco mais de 15% da população, mas sobre o qual se sabe muito pouco. Assim, os cientistas envolvidos no estudo queriam entender o motivo de grupos de furos ou buracos aparentemente desencadearem reações tão intensas em algumas pessoas.

Esse tipo de coisa te dá arrepios? (Medical News Today)

Para isso, eles convocaram um grupo de voluntários e mostraram a eles 60 imagens – sendo 20 delas de animais perigosos, como cobras e aranhas, 20 de objetos contendo furos e buracos e 20 neutras, para controle. Depois de analisar os resultados, os pesquisadores notaram que, ao olhar para as fotos desencadeadoras da tripofobia, em vez de reagir como quando sentimos medo, as respostas das pupilas dos participantes eram parecidas às de quando sentimos repulsa ou nojo.

E essa imagem, deixa você perturbado? (Unilad)

Os cientistas argumentam que isso ocorre porque, no fundo, imagens de furinhos, colmeias e outras coisas esburacadas lembram infestações de parasitas, doenças infecciosas e corpos em decomposição. Sendo assim, é possível que a tripofobia seja uma característica evolutiva que os humanos desenvolveram para evitar o contato com patógenos ou coisas potencialmente prejudiciais à saúde.

A imagem é uma montagem, mas, pode que a conclusão dos cientistas faça sentido, não? (Healthool)

O time também explicou que, em vez de apresentar as reações de fufa e luta, tipicamente associadas às nossas respostas ao medo – como é o caso da aceleração dos batimentos cardíacos e da respiração, além da dilatação das pupilas –, os voluntários apresentaram contração das pupilas e redução na frequência cardíaca e na respiração, como que para minimizar a exposição a agentes infecciosos. Fascinante, não é mesmo?

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