Inteligência artificial tenta decodificar manuscrito de 600 anos

30/01/2018 às 08:002 min de leitura

Pesquisadores acreditam que a inteligência artificial pode ajudar a compreender um dos textos codificados mais famosos do mundo. Trata-se do Manuscrito Voynich, supostamente escrito há mais de 600 anos e nomeado dessa forma em homenagem ao livreiro polaco-estadunidense Wilfrid M. Voynich, que o adquiriu em 1912.

Desde então, muita gente já empenhou esforços na tentativa de descobrir o significado do manuscrito. Ele é composto por textos que vão da esquerda para a direita e também por uma série de gravuras de plantas, gente sem roupa e outros símbolos. Ao que tudo indica, porém, softwares inteligentes serão o ponto decisivo na tarefa de solucionar esse mistério.

Manuscrito VoynichTrecho do Manuscrito Voynich.

Na Universidade de Alberta, nos Estados Unidos, o professor especialista em linguagem neural Greg Kondrak e o seu aluno de graduação Bradley Hauer realizaram algumas descobertas com ajuda da IA. Eles concluíram que o texto aparentemente está escrito em hebreu e as letras dispostas ao longo de todo o manuscrito estão organizadas com base em um padrão fixo.

E como eles descobriram o possível idioma no qual o material foi redigido? Colocando uma inteligência artificial para estudar as versões em 380 idiomas diferentes da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Após aprender alguns padrões de boa parte dos idiomas do mundo, a IA sugeriu que o Manuscrito Voynich foi redigido em uma forma codificada de hebreu.

Próximos passos

O passo seguinte inclui descobrir que tipo de codificação foi aplicada ao texto, e os pesquisadores tomaram como base a ideia de outros decodificadores do passado de que o manuscrito está repleto de alfagramas. Alfagramas são palavras reescritas de modo a organizar as suas letras em ordem alfabética. Exemplo: a palavra "MANUSCRITO" seria escrita "ACIMNORSTU".

Com as duas informações em mãos, os cientistas determinaram à IA que criasse palavras em hebreu usando essa predefinição. “Aconteceu que 80% das palavras estavam em um dicionário de hebreu, mas não sabemos se elas faziam algum sentido juntas”, informou o professor Kondrak.

Manuscrito VoynichManuscrito traz também esboços de botânica.

Depois de tudo isso, os pesquisadores puderam decifrar a primeira frase do texto. “Ela fez recomendações ao padre, ao homem da casa e a mim e ao povo”, informam os cientistas de Alberta. A frase foi obtida após uma série de correções no Google Tradutor e, convenhamos, é bastante estranha, especialmente se levarmos em conta que é a primeira do manuscrito.

De qualquer forma, ela faz algum sentido e pode ser ainda melhor compreendida quando mais partes do texto forem decifradas. Os estudiosos afirmam que o momento agora é de unir outros especialistas à pesquisa, quem sabe assim seja possível olhar cada detalhe por novos ângulos a fim de se chegar finalmente à solução final deste caça-palavras centenário.

Inteligência artificial tenta decodificar manuscrito de 600 anos via TecMundo

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