Misteriosa sepultura contendo cabeças em estacas é encontrada na Suécia

15/02/2018 às 11:273 min de leitura

Existem alguns lugares no mundo nos quais basta cavar um pouco para se deparar com pedacinhos incríveis da História! Há cerca de 10 anos, um time de arqueólogos foi chamado para avaliar uma área em Kanaljorden, na Suécia, antes da construção de uma nova estrada de ferro e uma ponte, no caso de que houvesse algum artefato de interesse por lá — e eis que a equipe se deparou com algo incrível!

Crânio humanoUm dos crânios descobertos na Suécia (Cambridge University Press/Sara Gummesson)

Os arqueólogos identificaram uma estranha sepultura no local, passaram alguns anos escavando tudo, outros tantos analisando a descoberta e, recentemente, publicaram um estudo detalhando o que foi achado. O que os cientistas encontraram é muito, muito estranho e fascinante — e, ao que tudo indica, para poder desvendar o mistério sobre quem construiu a tumba, quem eram seus ocupantes e qual era a sua finalidade, seria necessário fazer uma viagem ao passado.

Lugar peculiar

A sepultura foi encontrada em um lugar onde, há milênios, na Idade da Pedra, havia um pequeno lago. Os arqueólogos encontraram ossos de pelo menos sete espécies diferentes de animais — incluindo de urso, javali, alce e cervo —, juntamente com os esqueletos de 10 humanos, sendo nove adultos e um bebê, e a datação por radiocarbono indicou que as ossadas têm por volta de 8 mil anos.

Crânio com estacaCrânio ainda com a estaca presa (Cambridge University Press/Fredrik Hallgren)

Os animais mostram evidências de terem tido a carne removida após serem abatidos, mas, aparentemente, não para o consumo, uma vez que os cientistas não encontraram sinais de que as peças tenham sido colocadas sobre o fogo. Já com relação aos humanos, os exames apontaram que os adultos tinham idades entre 20 e 50 anos e pelo menos dois foram identificados como mulheres.

Mandíbula de animalMandíbula de animal com sinais de corte (Sara Gummesson/Cambridge University Press)

Curiosamente, os ossos dessas pessoas foram depositados sobre uma camada de grandes rochas que foi colocada no fundo do lago e os ossos dos animais organizados cuidadosamente ao seu redor — e os arqueólogos suspeitam que a coisa toda tinha alguma função ritualística. Mas tem mais: dos crânios encontrados, os dos adultos não contavam com os maxilares e dois tinham estacas inseridas da base para cima, como se tivessem sido montados para ficar em exposição. Um deles inclusive contava com a ponta da estaca saindo pelo alto da cabeça.

Muito estranho

O esqueleto mais completo do grupo é o do bebê — que teve a idade estabelecida entre 36 e 40 semanas, o que significa que a criança morreu pouco antes ou logo depois de nascer. Sobre os adultos, os arqueólogos encontraram sinais de traumas nos crânios, mas, o interessante é que os ferimentos também mostram evidências de terem cicatrizado e, portanto, provavelmente não foram as pancadas na cabeça que mataram essas pessoas.

Pancadas na cabeçaLocais onde os cientistas identificaram os traumas (Cambridge University Press)

As análises apontaram que os ferimentos das mulheres se situam na parte traseira dos crânios, na porção superior direita, como se elas tivessem recebidos pancadas por trás. Os traumas dos homens, por outro lado, se concentram na parte de cima das cabeças — e o interessante é que os arqueólogos suspeitam que as pancadas foram recebidas em batalhas e, assim, elas demonstram os diferentes papéis que homens e mulheres desempenhavam durante os conflitos.

E com relação à sepultura, o time coletou por volta de 400 fragmentos de madeira e estacas —algumas contendo objetos (e crânios) na ponta — e acreditam que elas ficavam posicionadas ao redor do leito de pedra no fundo do lago, servindo como uma espécie de cercadinho. A estrutura toda media cerca de 12 x 14 metros, mas os cientistas não conseguiram decifrar o seu real propósito.

Fragmentos de crânioFragmentos de ossos humanos (Cambridge University Press/Fredrik Hallgren)

Uma teoria é que as pessoas sepultadas no lago fizessem parte de um grupo pouco aceito pelos demais, como, por exemplos, escravos, mas era pouco comum que as sociedades da Idade da Pedra — que eram basicamente nômades caçadores e coletores — mantivessem servos. Outra possibilidade é que os indivíduos tenham caído vítimas de um grupo invasor e recebido esse sepultamento tão peculiar como forma de homenagear sua coragem. Mas, para ter total certeza do que esse local representava, só viajando no tempo mesmo!

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