O efeito amizade: por que o segredo da saúde e felicidade é tão simples

06/06/2018 às 08:003 min de leitura

Comer em casa sozinho tem suas vantagens: você pode dar umas garfadas no macarrão direto da panela sem ser julgado, lamber a colher cheia de chocolate sem culpa e devorar um prato delicioso deitado na cama em uma noite fria. Mas, se você faz refeições isoladamente de forma regular, a história é bem diferente.

Esse fator é mais fortemente associado com a melancolia do que qualquer outro indicador, além de estar ligado à doença mental. As informações são de um novo estudo da Oxford Economics, que descobriu, em uma entrevista com mais de 8 mil britânicos adultos, que pessoas que sempre almoçam e jantam sem companhia têm uma nota 7.9% mais baixa em termo de felicidade que a média nacional do país.

Outra pesquisa, realizada no ano passado pela Universidade de Oxford, chegou à conclusão de que, quanto mais se come junto com os outros, mais fácil fica se sentir feliz e satisfeito com a própria vida. Também se descobriu que aqueles que se alimentam socialmente são mais propensos a se sentirem melhores sobre si, além de contarem com uma rede de suporte social e emocional mais ampla.

Qual é a explicação?

Robin Dunbar, professor de psicologia que trabalhou no estudo da Universidade de Oxford, simplesmente não sabe por que pessoas que comem juntas são mais felizes. Mas o que ficou claro para ele é que esse ritual social regular é um momento de união e comunhão em vidas frequentemente caóticas, além de servir como um espaço para conversar e estar próximo dos outros.

As interações que temos ao redor da mesa são boas o suficiente para ativar o sistema de endorfina do nosso corpo, que faz parte do sistema de administração da dor no cérebro. Essas substâncias são opioides, quimicamente relacionadas à morfina — elas são produzidas no cérebro, que funciona como se você estivesse dopado.

Esses são os benefícios para o seu corpo quando você realiza qualquer tipo de atividade social, incluindo as mais simples, como tapinhas nas costas, carícias e abraços. É uma tarefa básica para que primatas em geral se conectem com seus grupos e fortaleçam seus relacionamentos.

Vida ou morte

Nossas relações pessoais são, literalmente, uma questão de vida ou morte. “Um dos maiores indicadores de problemas de saúde é a solidão”, afirma o Dr. Nick Lake, diretor de psicologia e terapia psicológica da Fundação Sussex Partnership NHS.

“Isso faz sentido quando as pessoas pensam em saúde mental. Mas também afeta nosso corpo físico: há muitas chances de uma pessoa sofrer de condições importantes a longo prazo, como doenças do coração e o câncer. O risco é quase tão grande quanto o de um fumante”, ele completa.

Uma meta-análise feita com 148 estudos epidemiológicos observou indicadores da sobrevivência de pacientes por 12 meses após um ataque cardíaco. De longe, parar de fumar e a quantidade e qualidade dos amigos foram considerados os maiores. Não importa o quanto você coma ou faça uso de bebidas alcoólicas; esses dois fatores têm efeitos modestos comparados aos anteriormente mencionados.

Projetados para a interação

Nós somos projetados para interagirmos uns com os outros — principalmente na esfera pessoal. Um estudo da Universidade de Michigan descobriu que substituir o contato presencial com amigos e familiares por mensagens em aplicativos e redes sociais pode dobrar nosso risco de depressão. Também se observou que aqueles que falaram com essas pessoas pelo menos três vezes por semana tiveram um nível mais baixo de sintomas depressivos.

Nosso corpo é afetado quando estamos próximos daqueles que gostamos. Frequentar festas, visitar os outros, ter relações positivas, tudo isso estimula beneficamente o sistema nervoso simpático (que reage a situações de estresse). Além disso, o sistema nervoso parassimpático (responsável por responder a momentos de calma) é impulsionado através do processamento de expressões, da voz e do tom verbal.

“Até onde sabemos, esse conjunto de nervos não é instigado por conversas virtuais. De um modo geral, você é projetado para responder ao que vê e escuta no mundo real. Somos fisiologicamente construídos para interação pessoal”, afirma o professor Paul Gilbert, psicólogo e fundador de um método de terapia focado em compaixão entrevistado pelo jornal The Guardian.

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