Furacão libera raios gama e indica a presença de antimatéria

08/06/2018 às 05:342 min de leitura

Em 1994, equipamentos colocados em órbita com o objetivo de analisar raios gama vindos do espaço perceberam que, em algumas ocasiões, eles eram emitidos também da Terra. Após a investigação de centenas de casos, eles foram relacionados a tempestades e tratados como uma reação normal à queda de raios.

A causa exata ainda é um mistério, mas a melhor explicação para o fenômeno é baseada na aceleração de elétrons. Trovoadas criam um campo magnético forte, que leva as partículas até quase a velocidade da luz e faz com que elas se choquem com outros átomos presentes no ar, tornando-os mais rápidos e criando um efeito dominó conhecido como “elétrons relativísticos”.

Essas colisões liberam raios gama, e, quando há magnitude suficiente, a emissão pode ser bem acentuada. Colateralmente, ocorre a formação de antimatéria, que se origina pelo impacto dos raios com o núcleo dos átomos da atmosfera. Essa interação cria um elétron, e sua antimatéria equivalente, o pósitron, enviando-os em direções opostas.

Feixe de pósitrons reverso

Sinais de antimatéria já tinham sido registrados em outras tempestades, mas o feixe de pósitrons reverso, onde essas partículas são enviadas para baixo, só existia em modelos matemáticos.

Com o intuito de examinar essas emissões, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA colocou uma aeronave com equipamentos de medição sobre o furacão Patricia em 2015, mesmo ele sendo o ciclone tropical mais intenso já registrado no hemisfério ocidental. Ela passou pelo olho do furacão e conseguiu dados preciosos sobre os raios gama.

estudo dessas informações foi divulgado recentemente, e, nele, os cientistas conseguiram identificar indícios claros da presença do fenômeno até então nunca confirmado. O autor da pesquisa, David Smith, disse que “essa é a primeira confirmação do modelo matemático que previa esse tipo de radiação perfurando a atmosfera de cima para baixo. O evento podia ser detectado no espaço, pois lançava um feixe de raios para cima. Nós o vimos por baixo, devido ao feixe de antimatéria (pósitrons) projetados na direção contrária”.

O acontecimento foi identificado a uma altitude de 2,5 mil metros, mas as estimativas são de que ele poderia ter sido registrado a 1,5 mil metros. Existem cidades a essa altura do chão, portanto, em teoria, seria viável instalar um detector nelas para esse fim.

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