Entenda como se forma o som de um pingo caindo na água

10/07/2018 às 10:302 min de leitura

Nossa relação com a água vai muito além do consumo. Podemos utilizá-la como fonte de lazer, relaxamento e até mesmo opção para a prática de exercícios. E o contato não precisa nem existir, pois ela pode gerar um som agradável e relaxante, que ajuda a aliviar o stress cotidiano.

Mas, assim como o som de uma cachoeira é algo a se apreciar, pode ser algo torturante ouvir pingos sequenciais caindo em um balde de água. A propósito, você sabe como esse característico som é formado?

Incentivo brasileiro

Anurag Agarwal, engenheiro da Universidade de Cambridge, estava visitando um amigo que mora no Brasil durante o verão. Chove bastante nessa época, e em uma noite a intensidade foi tamanha que uma goteira começou a pingar próximo ao local onde ele estava dormindo. O "procedimento padrão" foi realizado, com o posicionamento de um balde sob o ponto que estava sendo molhado.

Obviamente, ele não conseguiu dormir naquela noite, pois o barulho o manteve acordado na maior parte do tempo. Enquanto tentava dormir, Anurag pensou em como o barulho era gerado. Se a fonte fosse o simples choque do pingo com a superfície da água, o som seria muito mais grave e seco. Algo mais estava acontecendo ali.

Análise precisa

Quando voltou para casa, Anurag decidiu investigar como o som era gerado. Mas ele não foi o primeiro a se interessar, segundo o site Gizmodo. Em 1908, um cientista chamado Arthur Worthington registrou imagens do choque de um pingo com a superfície da água. Ao longo do século, outros estudiosos se debruçaram sobre o assunto, pois a forma como isso acontece tem influências diretas em sistemas de impressão e na eficiência de motores a combustão.

Anurag decidiu tirar fotos do momento do choque com uma câmera de alta velocidade, enquanto capturava o som, para conseguir determinar o momento exato em que ele era emitido. Ele disse em divulgação que “muito trabalho foi feito na mecânica de uma torneira pingando, mas nenhum em relação ao som gerado. Graças à tecnologia moderna de áudio e vídeo, conseguimos determinar como ele acontece, além de formas para evitá-lo”.

Por mais incrível que pareça, quando o pingo toca a superfície da água, nenhum som é emitido. Em vez disso, é gerada uma cavidade, de onde uma pequena coluna de água se levanta. Em seguida, no topo dessa estrutura se forma uma bolha de água.

A grande descoberta aparece aí, pois essa pequena bolha, quando no ápice da coluna, oscila aproximadamente 5 mil vezes por segundo. Isso faz com que a água abaixo da cavidade também seja movimentada, gerando o som característico. Todo o processo leva cerca de 35 milissegundos.

Coautor do estudo, Sam Phillips explicou: "utilizando câmeras de alta velocidade e microfones de alta sensibilidade, pudemos observar diretamente a oscilação da bolha de ar pela primeira vez, mostrando que ela é o principal impulsionador, tanto para o som subaquático quanto para aquele que associamos à situação".

Além de explicar a real origem do som, existem outras aplicações práticas em que os resultados podem ser aproveitados. Segundo o artigo, essas informações poderiam ser utilizadas como um novo método para medição de chuvas, ou até mesmo auxiliar na produção do som em filmes e videogames, algo surpreendentemente difícil até hoje.

Agora o que todos esperavam. Se uma torneira ou goteira está deixando você maluco, coloque um pouco de sabão na água que recebe os pingos. Isso vai romper a tensão superficial, alterando a forma como a reação acontece e eliminando o característico  e irritante  barulho.

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