Encontrado fóssil de animal que viveu há 558 milhões de anos

01/10/2018 às 05:032 min de leitura

A origem do Homo sapiens, que surgiu na África entre 190 e 160 mil anos atrás, já é algo bem distante. Imaginar que os primeiros animais que passaram pelo nosso planeta existiram há 558 milhões de anos se torna algo ainda mais impressionante, difícil até de imaginar.

A explosão Cambriana, que aconteceu há aproximadamente 540 milhões de anos, possui uma grande quantidade de fósseis e foi o período em que surgiram os parentes distantes dos animais modernos, que evoluíram ao longo do tempo e se tornaram o que são hoje. Mesmo com a escassez de fósseis de épocas anteriores, evidências indicam que seres vivos já existiam antes disso, uma forma de vida categorizada dentro da chamada Biota Ediacarana.

Gênero Dickisonia

Dentro dessa biota está o gênero Dickisonia, que foi descrito pela primeira vez em 1947 e desde então é alvo de muitos debates. Caracterizado por seu formato oval, achatado e com 1,4 metro de comprimento, ele não se parece com nada conhecido atualmente.

Como em toda boa discussão, existem diversas teorias tentando apontar o que realmente o fóssil foi um dia. Dentre essas opções, ele já foi comparado a algas, protozoários, líquens, colônias de bactérias, corais e vermes, mas a falta de características com outros seres vivos tornou todas essas correlações mera especulação.

A grande reviravolta aconteceu quando um fóssil apresentando moléculas de gordura foi descoberto na Rússia, mas não como nos filmes, onde tudo acontece sem querer.

Caçador do fóssil perdido

Encontrar um fóssil tão antigo já é uma tarefa bem complicada. Juntar esse achado com a presença de material orgânico se torna quase uma busca ao tesouro, considerando os 558 milhões de anos que separam o período em que eles viveram da atualidade.

A maioria dos fósseis Dickinsonia analisados até hoje têm origem australiana, onde foram seriamente comprometidos pela pressão e pelo calor da região, acabando com qualquer vestígio de material orgânico.

A constatação só foi possível a partir da obtenção de amostras encontradas na Rússia; pela combinação de características climáticas, elas mantiveram características essenciais para a análise dos cientistas.

O responsável pela busca dos fósseis foi Ilya Bobrovskiy, da Universidade Nacional da Austrália (ANU), que declarou ter acessado uma remota localidade de helicóptero, procurando o material em uma região infestada de mosquitos e ursos.

"Esses fósseis estavam localizados no meio das falésias do Mar Branco, que possuem de 60 a 100 metros de altura. Eu tive que ficar pendurado na borda de um penhasco em cordas e cavar grandes blocos de arenito, jogá-los para baixo, lavar o arenito e repetir o processo até encontrar os fósseis que eu estava procurando", explicou.

No fim todo o esforço valeu a pena, pois ele conseguiu amostras de material orgânico do fóssil. No laboratório, foram detectados resquícios de carbono, que pode ser associado a algas que existiram no passado. O grande achado foram as moléculas de colesterol, compostos lipídicos essenciais para a estrutura das membranas celulares de animais.

A presença desse material exclui qualquer possibilidade de que o fóssil seja proveniente de outra forma de vida, como líquens ou protistas, que não produzem compostos como esses.

Os pesquisadores publicaram em seu artigo que “os fósseis moleculares colocam de forma indiscutível os dickinsonídeos no Reino Animal, estabelecendo a Dickinsonia como o animal macroscópico mais antigo confirmado no registro fóssil (558 milhões de anos atrás), ao lado da Kimberella mais jovem de Zimnie Gory (555 milhões de anos atrás)”.

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