Existe um método científico de curar soluços que envolve massagear o...

25/01/2019 às 08:002 min de leitura

Você já foi vítima de um ataque de soluços severo, desses que não importa o que você faça, não passam de jeito nenhum? Pois, de acordo com Joanie Faletto, do site Curiosity, na década de 80, um médico chamado Francis M. Fesmire, do hospital da Universidade de Jacksonville, nos EUA, atendeu a um paciente com esse quadro.

Martírio

Segundo Joanie, o rapaz – cuja identidade não foi revelada – tinha 27 anos na época, e fazia 72 horas que soluçava sem parar, a uma frequência de 30 soluços por minuto, mais ou menos. Como você bem pode imaginar, o sujeito não aguentava mais o martírio e estava enlouquecendo depois de tantas horas de hic... hic... hic... quando foi procurar ajuda.

O time de Francis tentou de tudo para sanar o problema, desde realizar a manobra de Valsalva – que consiste em tapar a boca e o nariz e tentar forçar o ar para fora – a comprimir os globos oculares do jovem com os dedos, incluindo puxar a língua do rapaz e até provocar ânsia de vômito nele. Tudo foi testado, mas nada funcionou.

Francis não desistiu de ajudar o rapaz e foi pesquisar possíveis curas para o ataque interminável – quando se deparou com o artigo de outro médico, um cara chamado Mark E. Lieberman, que encontrou uma forma, ahã, inusitada para tratar um quadro de taquicardia e que envolvia introduzir o dedo no ânus e massagear o reto de seu paciente. E de onde o especialista tirou a ideia de botar o dedo para trabalhar? E mais: o que o coração tem a ver com o...

Tratamento de choque

Você já ouviu falar no nervo vago? Ele consiste em uma estrutura que se estende a partir do crânio e está envolvida no funcionamento involuntário de praticamente todos os órgãos que se encontram do pescoço para baixo, como os pulmões, o pâncreas, o fígado, os rins, o coração, o sistema digestivo etc. O nervo vago também é responsável pelo funcionamento do diafragma, um músculo que fica entre o tórax e o abdome e está envolvido na respiração. É a contração involuntária dele, aliás, que causa os soluços.

Então! O outro médico, o que empregou a manipulação retal para acabar com a “batedeira” de seu paciente, levou em conta a ação do nervo vago e propôs o tratamento de modo a interferir em seu funcionamento e ver se isso tinha influência na taquicardia (e tinha!). Francis, por sua vez, sabendo que os ataques de soluço muito persistentes podiam ser provocados por irritação ou danos ao tal nervo, seguiu o mesmo raciocínio para ver se “ressetava” o do rapaz e acabava com seu sofrimento (e acabou!).

Na realidade, todos os tratamentos anteriores que Francis tentou aplicar no paciente tinham como propósito estimular o nervo vago para ver se a crise parava. Mas como se tratava de um ataque muito severo, fazia todo o sentido tentar a massagem marota como último recurso. Como dissemos, a artimanha deu certo, e o médico inclusive ganhou um Prêmio IgNobel em 2006 em parceria com outro profissional, Majed Odeh, do Centro Médico Bnai, em Haifa, Israel, que também usou a técnica do dedinho com sucesso.

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