Diferença de temperatura da água pode criar novas espécies marinhas

08/02/2019 às 04:002 min de leitura

Um grupo de pesquisadores encontrou a primeira evidência de que as diferenças da temperatura da água impulsionam o surgimento de novas espécies. As descobertas desafiam a teoria de que as novas espécies marinhas só podem evoluir em ambientes isolados e fornecem uma luz sobre as fases iniciais da formação de espécies no mar. A pesquisa ainda sugere que correntes com diferentes temperaturas, que são conhecidas por influenciar a distribuição de diferentes animais marinhos, também podem impulsionar a evolução de novas espécies.

As correntes oceânicas da Antártida e do Equador se encontram no extremo sul da África, criando condições adversas. De acordo com o professor Luciano Beheregaray, da Universidade Flinders, existe uma espécie de gafanhoto chamada Knysna, que apesar de se adaptar a diversas faixas de temperatura quando adulto, na fase de larvas só consegue se desenvolver em uma faixa específica. 

(Reprodução/Pixabay)

O pesquisador liderou um estudo que investigou os genes dessa espécie em áreas frias, quentes, subtropicais e tropicais na costa sul da África. O principal exemplo de como as espécies sofrem mutações e se diferenciam entre si é um rio que corta a população e a divide em duas. Como elas não conseguem atravessar o rio para se reproduzir, cada lado segue um caminho para a evolução. Em algum tempo, a diferença genética entre essas duas populações impede a reprodução, mesmo que elas se reúnam no mesmo espaço novamente. Esse tipo de processo é responsável por grande parte da diversidade animal abundante.

Mas a evolução das espécies que vivem no mar é um pouco mais difícil de explicar. Isso porque as divisões geográficas como acontecem na "terra" são raras. Por isso, já faz algum tempo que biólogos acreditam que a explicação está na variação da temperatura da água. 

Para provar isso, os pesquisadores da equipe de Beheregaray fizeram diversos testes, entre eles com um peixe chamado goby. No estudo publicado na revista científica Proceedings of the Royal Society B, eles descreveram que todos os genes da espécie que tinham alguma relação com a temperatura variavam de acordo com a temperatura da água em que habitavam, mas nenhuma diferença foi notada em outros genes do animal. 

Essas mudanças têm consequências importantes para o manejo de espécies ameaçadas ou exploradas e estoques de peixes em todo o mundo. "Quando várias espécies muito jovens que já não podem viver no mesmo habitat são tratadas como uma única, isso pode resultar na sobrepesca de estoques localmente adaptados ou na extinção de uma espécie rara que foi confundida uma próxima de maior densidade populacional", alerta o professor Beheregaray.

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