Nuvem de tempestade pode gerar até 1 bilhão de volts

28/03/2019 às 04:002 min de leitura

Pesquisadores do Instituto Tata de Pesquisa Fundamental, em Mumbai (Índia), descobriram que o potencial elétrico de uma nuvem pode chegar a 1,3 bilhão de volts — dado que representa a capacidade que um corpo energizado tem de atrair ou repelir outras cargas elétricas. O resultado encontrado, publicado na revista Physical Review Letters, é dez vezes mais alto do que o maior índice em uma nuvem já registrado em estudos anteriores.

Créditos: Pixabay

"Isso explica por que as nuvens de trovoada são tão destrutivas", disse Sunil Gupta, um dos pesquisadores do Instituto. "Se você dissipar essa enorme quantidade de energia através de qualquer coisa, causará uma devastação severa", explicou. Usando uma série de sensores projetados para medir campos elétricos, os especialistas registraram a voltagem de uma grande nuvem que circulou sobre a cidade de Ooty por 18 minutos em 1º de dezembro de 2014.

A equipe de Gupta estuda principalmente os múons, partículas que são criadas quando os raios cósmicos batem em átomos na atmosfera da Terra e que são capazes de viajar por quilômetros de profundidade. Mas essas partículas perdem energia quando algo entra em seu caminho, como uma pirâmide, por exemplo. No início de 2018, cientistas descobriram duas câmaras dentro da Grande Pirâmide de Gizé depois de instalarem detectores de múons ao redor da estrutura, medindo onde as partículas perdiam, ou não, energia. Múons atravessando as paredes de pedra da pirâmide perderam mais energia do que os múons passando pelos aposentos vazios, então os resultados permitiram que os pesquisadores criassem um novo mapa do interior da pirâmide sem entrar nela.

Um método semelhante foi usado por Gupta e seus colegas para mapear a energia dentro da nuvem de raios de Ooty. Dessa vez, o obstáculo dos múons não era a pedra, e sim um campo elétrico turbulento. "As tempestades têm uma camada carregada positivamente no topo e uma carregada negativamente no fundo. Se um múon carregado positivamente atingir a nuvem à medida que chove da atmosfera superior, ele será repelido e perderá energia", explicou o pesquisador. Com sensores de detecção de múons e monitores de campo elétrico espalhados por vários quilômetros, a equipe mediu a queda média de energia entre os múons que passaram pela nuvem e aqueles que não passaram.

Com o resultado, foi possível medir a quantidade de energia da nuvem, que chegou a cerca de 2 gigawatts de potência. "Se pudéssemos aproveitar a energia gerada pela nuvem, a quantidade armazenada seria suficiente para suprir todas as necessidades de energia de uma cidade como Nova York por 26 minutos", disse Gupta. Mas, segundo ele, com a tecnologia atual, essa é uma perspectiva improvável, já que a quantidade de energia dissipada por tal tempestade é tão alta que provavelmente derreteria qualquer condutor.

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