Levantamento revela que extinção de plantas ocorre em ritmo assustador

13/06/2019 às 02:002 min de leitura

Não é segredo que as listas de animais ameaçados de extinção não param de ganhar atualizações – infelizmente, quase sempre para incluir novas espécies ou até para notificar ao mundo sobre o desaparecimento de algum exemplar de ave, mamífero ou anfíbio, que são os que mais vêm sofrendo perdas nas últimas décadas.

(Reprodução / Television Africa Network)

Já sobre as espécies vegetais, embora saibamos que o desmatamento rola solto pelo planeta, se fala bem menos. Isso, entretanto, não significa que a flora da Terra não esteja sofrendo. Aliás, segundo revelou um exaustivo levantamento divulgado recentemente, a situação é verdadeiramente dramática, e mais espécies vegetais entraram em extinção nos últimos 2 séculos do que o número de espécies de aves, anfíbios e mamíferos somadas – e multiplicadas por 2!

Situação dramática

De acordo com um estudo conduzido por pesquisadores dos Reais Jardins Botânicos de Kew, em Londres, desde o ano de 1900, pelo menos 3 espécies de plantas entraram em extinção por ano. Além disso, desde que Carl Linnaeus, conhecido como “pai da taxonomia moderna” começou a classificar espécies vegetais em 1753, 571 delas desapareceram do planeta. E sabe o pior? É verdade que espécies podem entrar naturalmente em extinção, mas o levantamento apontou que o ritmo em que isso vem acontecendo é pelo de 500 vezes mais rápido do que se os humanos não estivessem na Terra interferindo com o meio ambiente.

Assustador, você não concorda? Pois esse é o primeiro estudo detalhado a focar na extinção de espécies vegetais e os cientistas responsáveis pelo levantamento têm certeza de que subestimaram a magnitude da situação. Isso porque a análise foi realizada em âmbito global e levou em consideração relatórios de extinções – e não estimativas –, e os pesquisadores descobriram que menos da metade dos exemplares que desapareceram foram devidamente reportados.

Para se ter ideia, a “Lista Vermelha” mantida pela União Internacional para Conservação da Natureza conta com 122 espécies classificadas como extintas e, dessas, 50 foram redescobertas na natureza pela equipe responsável pelo estudo. Bacana? A equipe também descobriu que UICN não contabilizou 491 extinções em sua lista e, das plantas que foram novamente encontradas, 90% correm sérios riscos de desaparecer – desta vez, de verdade.

(Reprodução / The Conversation)

Os pesquisadores também identificaram que as regiões com maiores índices de extinções são locais com grande biodiversidade espalhados pela região do Mediterrâneo e dos trópicos, com metade delas registradas em ilhas – sendo 18% delas só no Pacífico. Esse padrão, na realidade, é semelhante ao observado entre os animais, mas, em vez de guardar relação com questões evolutivas, como é o caso de muitas populações da fauna, ele provavelmente reflete o fato de as ilhas abrigarem espécies endêmicas e muito vulneráveis a espécies invasoras.

Mas, voltando ao assunto de os autores do levantamento terem subestimado os índices de extinção, eles estão seguros de que, por conta da perda de habitat, da exploração humana e das variações climáticas, muitas outras espécies de plantas vão acabar desaparecendo. Sem falar que muitas são extintas antes mesmo de serem descritas cientificamente. Ademais, de 28 mil espécies analisadas, metade corre perigo de sumir da face da Terra.

Pode parecer clichê dizer que algo deve ser feito para frear as extinções, mas o fato é que todos dependem das plantas para obtenção de comida, proteção e matérias primas. Além disso, indiretamente, a cobertura vegetal contribui para a liberação de oxigênio, absorção de carbono e benefícios infinitos. Não é clichê. É questão de sobrevivência mesmo.

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