Conheça o prêmio para projetos científicos 'bobos', mas importantes

17/09/2019 às 13:002 min de leitura

Estudar a vida sexual de moscas ou passar horas massageando ratos bebês não parecem ser ações muito importantes para a ciência e, de fato, podemos considerá-las, digamos, estranhas. Mas trabalhos científicos como esses beneficiam significativamente a sociedade. O Golden Goose Awards foi criado justamente para homenagear e celebrar essa ciência estranhamente importante.

Neste ano, o prêmio entra em sua oitava edição e já colocou em destaque estudos que ajudaram a erradicar a mosca da larva de feno — que pode matar animais e pessoas — do sul dos Estados Unidos, que melhoraram a sobrevivência de bebês prematuros e que protegeram pessoas de complicações ainda piores do diabetes. Mas todas essas descobertas e avanços só foram possíveis graças a trabalhos científicos pouco convencionais e considerados “bobos”.

O Golden Goose Awards nasceu como forma de reação ao Golden Fleece Awards, que se dedicou a “homenagear”, com muitas aspas, projetos financiados pelo governo e considerados desperdícios de dinheiro. Trabalhos que poderiam até soar como bobos, mas que traziam resultados importantes para a sociedade, eram sempre "premiados" e, por isso, Jim Cooper criou o Golden Goose Awards com o objetivo de mostrar que essa ciência estranha pode salvar vidas. O comitê de seleção dos trabalhos é liderado pela AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência).

Conheça, a seguir, alguns dos homenageados pelo Golden Goose Awards:

Pele de sapo salva 50 milhões de vidas, de David Sachar

Enquanto trabalhava na saúde pública em Bangladesh em 1965, David Sachar adaptou um aparelho experimental que usava pele de sapo para testar a atividade intestinal em pacientes com cólera. O experimento se concentrou em entender as funções biológicas básicas da cólera em humanos, mas a pesquisa estimulou testes adicionais e ensaios clínicos que o levaram a desenvolver uma solução oral para o tratamento da cólera. A pesquisa da pele de sapo e os ensaios clínicos que se seguiram foram responsáveis por salvar aproximadamente 50 milhões de vidas em todo o mundo.

Foto: Pixabay

A contribuição do sangue de caranguejo-ferradura no teste de drogas humanas, de Jack Levin e Frederuk Bang

Altos níveis de endotoxinas bacterianas no sangue podem matar seres humanos e, na década de 1950, enquanto estudava a circulação de sangue utilizando caranguejos-ferradura, Frederik Bang pediu ajuda de Jack Levine para entender os motivos pelos quais o sangue do animal — que é extremamente sensível à presença de qualquer endotoxina — estava coagulando quando exposto a algumas bactérias. Além de descobrir as endotoxinas, eles desenvolveram um teste que detecta a presença das endotoxinas bacterianas usando sangue do caranguejo-ferradura. O teste LAL (Lisado de Ameobócitos de Limulus), que hoje é padrão, testa quase todas as drogas, injeções e dispositivos farmacêuticos em todo o mundo.

Foto: Pixabay

O avanço na autoimunidade, de Noel Rose e Ernest Witebsky

As doenças autoimunes, como lúpus, artrite reumatoide e esclerose múltipla, afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Na década de 1950, Noel Rose realizou experimentou utilizando uma substância produzida por células da tireoide e descobriu que os animais têm uma resposta imune a seus próprios tecidos. Naquela época, a ciência não sabia dessa possibilidade e a descoberta de Rose, com apoio e orientação de Ernest Witebsky, potencializou a compreensão das doenças autoimunes, produzindo assim possíveis tratamentos.

Foto: Pixabay

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