Bebês de cesariana têm micróbios diferentes dos de parto normal

25/09/2019 às 16:002 min de leitura

Segundo um estudo feito no Reino Unido, o tipo de parto pelo qual o bebê nasce pode alterar o seu microbioma. Contudo, vale ressaltar que os efeitos que estas diferenças causam à saúde ainda não são claros. 

A análise detectou que os bebês que passaram por cesárea costumam não apresentar bactérias intestinais encontradas em crianças e adultos saudáveis. Ao invés disso, eles apresentam micróbios nocivos que são comuns em ambientes hospitalares. Para encontrar este resultado, o estudo analisou quase 600 recém-nascidos no Reino Unido.

(Fonte: Rawpixel/Reprodução)

Trevor Lawley, microbiologista do Instituto Wellcome Sanger, diz que a presença de bactérias nocivas é uma preocupação: “O nível de colonização por patógenos da saúde é chocante nessas crianças. Quando vi os dados pela primeira vez, não pude acreditar”, diz ele.

As diferenças encontradas

Trabalhando diretamente com profissionais de três hospitais em Londres e Leicester, a equipe de Lawley analisou os micróbios encontrados nas fezes de 596 bebês, sendo 314 nascidos de parto normal e 282 por cesárea. As amostras foram coletadas 4, 7 e 21 dias após o nascimento.

(Fonte: Pixabay/Reprodução)

As diferenças entre os micróbios intestinais encontrados eram muito claras. Enquanto os bebês nascidos por cesariana careciam de bactérias comensais (encontradas em pessoas saudáveis), elas compunham a maior parte da comunidade intestinal dos nascidos de parto normal. Além disso, os recém-nascidos por cirurgia contavam com bactérias nocivas, como Enterococcus e Klebsiella.

Porém, meses após o nascimento dos bebês, os micróbios passam a ser mais semelhantes entre os nascidos por parto normal e cesárea. A única exceção é a bactéria comensal chamada Bacteroides. Nos nenéns de cesariana, esta bactéria estava completamente ausente ou em níveis muito baixos.

Efeitos destas diferenças na saúde

Rob Knight, um microbiologista da Universidade de Califórnia, afirma que a análise do time do Reino Unido pode ajudar a identificar exatamente quais as cepas específicas de micróbios que faltam nos bebês nascidos por cesárea. Assim, elas podem ser administradas aos nenéns para que as microbiotas se assemelhem aos nascidos de parto normal.

(Fonte: Pixabay/Reprodução)

No entanto, Lawley ressaltou que o seu estudo ainda não oferece suporte para este tipo de atitude: "A ideia de colocar micróbios indefinidos em crianças imunologicamente subdesenvolvidas é muito arriscada. Nossos dados não suportam isso”.

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