Homem produz cerveja em seu próprio intestino

05/11/2019 às 07:002 min de leitura

A cerveja é uma bebida bastante popular e movimenta muito dinheiro. Segundo a Forbes, a expectativa é de que o mercado mundial de cerveja movimente, até 2021, US$ 309 bilhões por ano, ou cerca de R$ 1,2 trilhão. Portanto, é consenso que todo mundo gosta da bebida.

Mas existem algumas pessoas que podem não ter uma simpatia assim tão grande pela famosa cerveja e, inclusive, desenvolvem uma doença chamada síndrome da fermentação intestinal. Foi o que aconteceu com um homem de 46 anos nos Estados Unidos. O que começou com uma simples lesão no polegar se transformou na doença que faz com que seu intestino se transforme em uma cervejaria, fermentando o carboidrato consumido.

A síndrome é uma condição médica rara que faz com que a simples ingestão de carboidratos seja suficiente para “embebedar” o paciente. E foi o que aconteceu com o homem que, antes disso, era apenas uma pessoa que bebia socialmente, como muitas ao redor do mundo.

Em 2011, ele tratou uma lesão no polegar com antibióticos, mas uma semana após o término do tratamento, teve sintomas estranhos, como alteração de humor e personalidade, incluindo depressão, comportamento agressivo e perda de memória. Encaminhado ao psiquiatra, ele recebeu antidepressivos. Na manhã seguinte, foi detido pela polícia por dirigir embriagado, mas ele não havia bebido.

Ao ser parado, o homem se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi hospitalizado após o exame de sangue apontar que o nível de álcool no sangue era de 200 mg/dl. “O pessoal do hospital e a polícia se recusaram a acreditar nele quando ele negou a ingestão de álcool”, contaram os pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Richmond em relatório.

Fonte: Pixabay

Tratamento na Universidade revelou o problema

Após receber alta, o homem procurou tratamento em Ohio e, embora a maioria dos exames médicos parecerem normais, sua amostra de fezes apontou a presença de Saccharomyces cerevisiae (também conhecida como levedura de cerveja) e um fungo.

A S. cerevisiae ajuda a fermentar carboidratos e produzir álcool e, enquanto era tratado na clínica, o paciente passou a ter crises mais constantes da síndrome da fermentação interstinal a ponto de uma crise provocar uma queda que resultou em um sangramento intracraniano.

O álcool no sangue aumentou até 400 mg/dl enquanto ele se recuperava no hospital e a equipe médica continuava se recusando a acreditar que ele não estava se embebedando, contam os pesquisadores. Ao procurar tratamento com os especialistas da Universidade de Richmond, o paciente foi submetido a uma combinação de terapias antifúngicas e probióticos para tratar a microflora intestinal.

O crescimento dos fungos foi tratado com sucesso, apesar de uma recaída que ele teve ao ingerir compulsivamente pizza e refrigerante. “Depois de um ano e meio, ele continua assintomático e retomou seu estilo de vida anterior, com uma dieta normal enquanto verifica esporadicamente os níveis de álcool”, explicam os pesquisadores.

Eles suspeitam que os fungos começaram a montar sua “fábrica de cerveja” depois da lesão no polegar. “Acreditamos que os sintomas do nosso paciente foram desencadeados pela exposição a antibióticos, o que resultou em uma alteração em seu microbioma gastrointestinal, permitindo o crescimento excessivo de fungos”, disseram os pesquisadores.

O estudo e os resultados foram publicados no BMJ Open Gastroenterology.

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