SpaceX pode inundar o céu com satélites de internet

21/11/2019 às 15:002 min de leitura

A SpaceX segue firme em seu propósito de encher o céu com seus satélites e naves espaciais. Recentemente, a empresa do CEO Elon Musk lançou, do Cabo Canaveral, cinco dúzias de novos satélites artificiais que fazem parte da constelação Starlink, da gigante empresa do setor. Os satélites têm como objetivo “cobrir o planeta” com acesso à internet, mas os astrônomos têm algumas ressalvas a fazer sobre a ambição de Musk.

A SpaceX tem muitas ambições “marcianas” e para financiá-las pretende começar a vender os serviços de internet em 2020 que serão possibilitados graças à sua constelação de satélites. O último lançamento da Starlink havia sido em maio deste ano e, após o mais, os planos são de que passem a ser semanais, com o objetivo de acelerar o tamanho da constelação para mais de mil satélites no próximo ano.

A ideia, revelaram documentos enviados para a União Internacional das Telecomunicações, é de que a “frota” chegue a 40 mil satélites, o que representa um número vinte vezes maior do que os que estão em órbita atualmente somando os satélites de todos os países.

Satélites Starlink iluminando o céu sobre o Observatório Lowell, no Arizona. (Fonte: Victoria Girgis/Lowell Observatory)

O último lançamento foi realizado com o foguete mais reutilizável e econômico da história da SpaceX e cada um dos satélites enviados ao espaço pesam cerca de 227 quilos. Eles foram liberados na órbita a 280 quilômetros da Terra e se juntarão aos protótipos lançados anteriormente. O pacote de satélites voou em um Falcon 9 com uma carenagem de carga útil que já havia estado no espaço antes. A família Falcon deverá ser aposentada pela SpaceX na década de 2020.

SpaceX acredita que satélites não terão impacto na astronomia

Apesar da tecnologia que podem potencializar e proporcionar, os satélites da SpaceX e o ritmo em que são enviados preocupam a comunidade astronômica. Ela sugere que os milhares de satélites brilhando com a luz refletida pelo Sol podem trazer risco tanto para a astronomia como para a vida selvagem. “Ainda não entendemos o impacto de milhares desses satélites visíveis espalhados pelo céu noturno e, apesar de suas boas intenções, essas constelações de satélites podem ameaçar [astronomia e a vida selvagem]”, afirmou a União em comunicado.

Os astrônomos já trabalham para projetar o impacto do influxo de luzes noturnas nas operações e já chegaram a fazer uma simulação com 12 mil satélites da Starlink. O resultado foi que o próximo grande telescópio de pesquisa sinóptica, um equipamento que custa bilhões de dólares, ficaria inutilizável em 20% do tempo. A SpaceX, por sua vez, afirma que trabalhará para reduzir o brilho dos satélites.

Além disso, acredita-se que a visão do público geral pode ficar prejudicada com o céu “abrigando” de quatro a cinco vezes mais satélites Starlink do que estrelas visíveis. “Vou esperar para ver o que acontece quando eles atingem suas órbitas operacionais, mas meu coração partiu quando vi essas primeiras fotos”, escreveu o astrônomo Alex Parker em seu Twitter após o primeiro lançamento.

O CEO da SpaceX, por sua vez, acredita que os satélites não terão impacto na astronomia e que os benefícios econômicos de uma internet global representam um “bem maior”. Ele também usou o Twitter para afirmar que, de qualquer maneira, o futuro da astronomia está no espaço.

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