Trabalhadora sofre acidente com vírus modificado da varíola

25/11/2019 às 11:302 min de leitura

Uma mulher de 26 anos trabalhava há cerca de três meses em um laboratório manipulando diariamente o vírus vaccinia (VACV), relacionado à varíola, quando um acidente aconteceu. A jovem se picou acidentalmente com uma agulha que continha uma cepa do vírus geneticamente alterado.

O caso aconteceu enquanto ela tentava injetar o vírus na cauda de um rato. Antes de começar o trabalho, ela foi informada dos riscos envolvidos no trabalho e poderia receber a vacina contra a varíola, mas recusou a imunização alegando preocupação com os efeitos adversos e problemas para tratar da lesão infecciosa no local da vacinação.

De acordo com o relatório semanal de morbidade e mortalidade do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), após injetar acidentalmente o vírus em si mesma, a jovem lavou o local e informou o supervisor sobre o acidente. Ele a teria orientado a procurar os serviços de emergência local, onde foi avaliada por dois médicos e monitorada durante duas semanas. A infecção, no entanto, piorou.

Foto: CDC

Depois de 10 dias, ela foi encaminhada ao CDC, que passou a monitorar de perto a infecção. No décimo segundo dia após o acidente, ela foi levada à emergência com febre, linfonodos inchados, dor e pior da infecção no dedo. Para ajudar o sistema imunológico a combater o vírus, além de antibióticos para tratar uma possível infecção secundária em sua ferida, ela recebeu anticorpos de vaccinia. Em 48 horas a febre e a dor diminuíram. Já a infecção desapareceu apenas depois de 94 dias.

O vírus vaccinia foi utilizado na vacina para erradicar a varíola, doença infecciosa que matou cerca de 300 milhões de pessoas só no século 20. Por ser facilmente modificado geneticamente, o vírus é utilizado em pesquisas, mas isso não é sinônimo de segurança. O CDC dá a recomendação expressa aos laboratórios de que todos os funcionários que entrem em contato com o vírus que erradicou a varíola estejam cientes dos riscos, mas a imunização não é item obrigatório.

Foto: CDC

O que preocupa no caso da jovem, é que não se sabe ao certo qual foi a tensão que a infectou. “Nem o paciente nem o médico de saúde ocupacional puderam especificar a concentração ou tensão da preparação do VACV usada pelo paciente”, escreveram no relatório

Ainda de acordo com o relatório, após investigação do patrocinador do estudo, duas possibilidades foram identificadas, porém, a jovem utilizava cepas diferentes enquanto injetava vários grupos de camundongos e não se lembra qual usava no momento exato do acidente.

A ferida desapareceu e ela foi afastada do trabalho no laboratório por quatro meses, período em que tratou a infecção.

Foto: CDC

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