Homo erectus não teria convivido com homem moderno na Ásia

06/01/2020 às 14:302 min de leitura

O Homo erectus foi uma espécie que sobreviveu por dois milhões de anos e inaugurou a chamada “caminhada vertical”, que inspira o seu nome. Sua extinção, que representa um dos principais enigmas da história, ganhou proporções ainda maiores com o estudo que apresenta que a espécie deve ter sido extinta há, no mínimo, 100 mil anos.

Esta informação deixa o mistério ainda maior porque significa que a espécie desapareceu 30 mil anos antes da chegada dos homens modernos na Ásia, levantando questionamentos sobre a origem dos humanos atuais.

Os estudos da extinção dos Homo erectus

Um conjunto de ossos foi encontrado em Ngandong Java, na Indonésia, nos anos 1930. Entretanto, a ossada era fortemente mineralizada e, portanto, inadequada para a datação por carbono. Isso gerou resultados extremamente conflitantes quanto à idade da espécie, variando de 23 mil a 500 mil anos e causando implicações para a história da evolução humana.

Crânio do Homo erectus encontrado em Ngadong Java (Fonte: Newsweek/Russel L Chiochon - Universidade de Iowa)

Uma pesquisa feita pela Dra. Kira Westaway, da Universidade Macquarie, e pelo Dr. Michael Westaway, da Universidade de Queensland, apresenta que de nada adianta datar os ossos porque apenas os estratos em que são depositados têm de 108 mil a 117 mil anos.

Se os Westaways estiverem corretos, esses são os ossos mais novos conhecidos de Homo erectus, e evidências da provável última posição da espécie. E a data final da espécie está há uma lacuna do aparecimento dos homens modernos.

O mistério gerado pelos estudos

Os primeiros sinais de humanos modernos na região são de 75 mil anos atrás, ou seja, 30 mil anos depois do prazo mínimo de extinção dos Homo erectus. Essa lacuna entre o desaparecimento da espécie e a chegada dos humanos modernos no continente em questão tem duas implicações principais.

A primeira é que a extinção da espécie não foi culpa nossa. Anteriormente, pensava-se que uma espécie mais avançada tecnologicamente, os humanos modernos, poderia ter exterminado o Homo erectus através de guerra direta ou competição por presas.

A segunda é que a linha do tempo revisada torna improvável que a espécie seja a “espécie fantasma” cujo DNA compõe 1% do genoma humano moderno, uma vez que não haveria oportunidades de acasalar.

Entretanto, os autores observam que há uma maneira de o Homo erectus ter deixado seu legado dentro de nós, ainda que indiretamente. Os Westaways acreditam ser possível que os denisovanos e o Homo erectus tenham cruzado primeiro, fornecendo um caminho através do qual os genes asiáticos da espécie poderiam sobreviver até chegar aos humanos modernos.

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