Ricardo Rodrigues: faleceu o pai de 2 aceleradores de partículas

08/01/2020 às 10:022 min de leitura

Sexta-feira passada (03) foi um dia triste para o mundo científico com a morte de Antonio Ricardo Droher Rodrigues, engenheiro civil e responsável pelo projeto dos aceleradores dos dois síncontros brasileiros, UVX e Sirius. Ele era formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutor em Física pelo King's College, University of London. Rodrigues estava batalhando contra um câncer no pulmão, e faleceu aos 68 anos de idade, deixando para trás sua esposa Liu Lin (líder do grupo de Física de Aceleradores do LNLS), três filhos e muitos admiradores. Seu corpo foi cremado no sábado (04), em Campinas.

(Fonte: Julio Fujikawa/Comunicação Cnpem/LNLS/Reprodução)

Rogério Cezar Cerqueira Leite, presidente do Conselho do Cnpem, afirmou que Ricardo era um engenheiro genial, responsável pela parte principal do projeto do primeiro UVX. E que também projetou o Sirius e dirigiu as operações que levaram ao seu sucesso como uma grande obra instrumental para a ciência.

Os dois aceleradores são máquinas que possibilitam o estudo da composição e comportamento de materiais ou moléculas com alta resolução, usando um tipo especial de luz provinda da radiação síncroton.

O engenheiro também se lançou no mundo do empreendedorismo em 2002, montando com sua esposa e Carlos Scorzato, técnico em eletrônica e seu amigo desde os tempos da UFPR, a Skedio Tecnologia. A empresa desenvolveu desde controles para a área de construção civil a até desfibriladores cardíacos. Segundo Scorzato, “a ideia era produzir coisas que não existiam”.

Na lista de projetos desenvolvidos pela Skedio encontra-se um sistema de acionamento para um robô em formato cúbico que era capaz de interagir com um computador para produzir movimentos ondulatórios que se assemelhavam a de uma arraia. Foi concebido para a artista plástica Tania Fraga, para uma exposição no Instituto Itaú Cultural e uma em Adelaide, na Austrália. Veja o vídeo abaixo.

Cylon Gonçalves da Silva, físico que liderou o projeto de construção do UVX afirmou que “Ricardo era um gênio. Era um líder extraordinário pela generosidade. A comunidade brasileira deve muito a ele”. O físico também acredita que se Rodrigues não tivesse sido um cientista, seria um artista. “Ele desenhava e pintava. Todo o talento que tinha para a ciência, também tinha para a arte”.

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