Hipopótamos de Pablo Escobar estão reconstruindo a natureza local

31/03/2020 às 12:002 min de leitura

Identificados como problemáticos na região do rio Magdalena, o principal rio da Colômbia, os icônicos hipopótamos de Pablo Escobar podem estar agindo de uma maneira totalmente inesperada pelos pesquisadores, configurando uma reconstrução ecossistêmica e uma espécie de regresso ao período Pleistoceno, onde o planeta, teoricamente, era dominado por herbívoros gigantes.

No início de fevereiro, um estudo, iniciado em 2018 pelos pesquisadores colombianos e da Universidade da Califórnia, em San Diego, foi responsável por apresentar dados evidenciando que, com o aumento populacional dos animais e com o elevado nível alimentar, suas fezes poderiam estar drenando a água dos rios e causando o surgimento de algas hostis.

Porém, a pesquisa ter sido o pontapé inicial para a descoberta de boas notícias, revelando que os animais também estão relacionados com uma manutenção natural local, trazendo importantes benefícios para o ecossistema.

(Fonte: National Geograpic/Reprodução)(Fonte: National Geograpic/Reprodução)

Cientistas publicaram, na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, um artigo sugerindo que o bando de hipopótamos pode estar reconstruindo uma paisagem perdida há milhares de anos pela ocupação humana, datada do período Pleistoceno, que ocorreu durante o Quaternário da era Cenozoica, na última idade do gelo, onde o Homo sapiens surgiu e evoluiu.

O projeto teve como base a análise do nicho ecológico e morfologia de 427 herbívoros com mais de 10kg de massa, abrangendo os últimos 130 mil anos de história cronológica. “Enquanto descobrimos que alguns herbívoros introduzidos são combinações ecológicas perfeitas para os extintos, noutros casos as espécies introduzidas representam uma mistura de características observadas em espécies extintas”, explicou John Rowan, co-autor do projeto, em entrevista para a Newsweek.

Rowan cita que, antes do surgimento dos grandes hipopótamos, o animal registrado mais próximo fisionomicamente ao mamífero eram as extintas lhamas de pescoço largo, assim como a criatura intitulada de Trigonodops lopesi compartilhava os hábitos semi-aquáticos dos enormes herbívoros. "Embora os hipopótamos não substituam perfeitamente uma espécie extinta, restauram partes importantes da ecologia de várias espécies", conclui o pesquisador.

Eric Lundgren, da Universidade Tecnológica de Sydney, outro autor do estudo, afirma que os animais “não estão necessariamente relacionados entre si, mas são semelhantes em termos de como afetam os ecossistemas."

Apesar disso, o impacto real da presença dos animais ainda é desconhecido.

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