Estudo de epidemias pode ajudar a entender problemas no trânsito

10/04/2020 às 07:002 min de leitura

Liderados pelo Dr. Meead Sabari, da Universidade de Nova Gales do Sul, um grupo de cientistas e pesquisadores está aproveitando a situação de quarentena e isolamento social recomendados após o surto de covid-19 para estudar diversas questões que envolvem o caso, especialmente que são determinadas ou motivadas pelo baixo fluxo de pessoas nas ruas e pela considerável redução nos aglomeramentos. E um dos comportamentos sociais que está sendo colocado em observação pelos estudiosos são os congestionamentos de trânsito.

Apesar das poucas variáveis que envolvem as previsões na determinação dos tráfegos de ruas, seu estudo tem se mostrado extremamente resistente à análise, onde ainda há uma enorme dificuldade para padronizar e prever seus efeitos e comportamentos. Porém, tal barreira pode estar com os tempos contados, já que a equipe do Dr. Sabari está utilizando, para monitorar o trânsito, tecnologias similares às de monitoramento de epidemias, que já vêm sendo usadas para estudar o padrão de disseminação de ideias e mensagens em redes sociais.

(Fonte: iStock/Reprodução)(Fonte: iStock/Reprodução)

Segundo os autores, assim como ocorrem com os surtos de doença, os engarrafamentos tendem a surgir em pontos localizados da cidade e a se espalhar para diversos outros, criando uma rede interconectada de congestionamento e gerando complicações em diversos âmbitos sociais, como escolas, comércios, fluxo de pedestres e poluição do ar, esse último diretamente relacionado à saúde coletiva e ao alto número de mortes por ano, estimando-se entre 3 a 9 milhões mundialmente.

Publicado na Nature Communications, o estudo mostra que a utilização das tecnologias de monitoramento de epidemias já trouxeram resultados para seis grandes cidades, utilizando o mesmo mapa de modelo e infraestrutura dos surtos virais. A descoberta trouxe importantes respostas, enumerando padrões parecidos em locais de diferentes densidades demográficas e sistemas de transporte, baseados na velocidade em que os engarrafamentos se espalham.

O modelo continua em análise para buscar contornar as dificuldades, especialmente as envolvendo "curas" para o tráfego, já que a estrutura urbana não possui uma imunidade ao comportamento das ruas, algo que complica o encontro de uma solução definitiva, diferentemente das epidemias. "Esperamos que nosso modelo possa nos ajudar a determinar o tempo ideal para aplicar intervenções", esclarece o Dr. Sabari, que ainda procura alternativas para reduzir os engarrafamentos sem impactar no dia-a-dia social. 

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