Moedas podem impedir a propagação de germes melhor do que cédulas

17/04/2020 às 11:322 min de leitura

O cobre é muito conhecido por suas incríveis propriedades antibacterianas desde a antiguidade, sendo que os egípcios antigos usavam limalhas de bronze – uma liga metálica formada por cobre e estanho - de suas espadas para tratar feridas. Na atualidade, ninguém mais carrega espadas de bronze por aí (eu espero), mas ainda temos um objeto cotidiano feito de cobre que está presente na carteira de muitas pessoas: as moedas.

Dinheiro é provavelmente um dos objetos com a maior manipulação diária, e por este motivo, acredita-se que ele pode estar envolvido na transmissão de diversos patógenos.

(Fonte: Pixabay/Reprodução)(Fonte: Pixabay/Reprodução)

A propagação bacteriana em moedas e cédulas

O professor Johannes Knobloch e seus colegas do Centro Médico da Universidade de Hamburgo-Eppendorf, na Alemanha, decidiram realizar um estudo para documentar a capacidade antimicrobiana do cobre, particularmente em relação a outras formas monetárias.

A experiência apontou que as cédulas europeias podem ser mais facilmente contaminadas por micróbios do que moedas, porém, os pesquisadores também deixaram claro que as moedas abrigaram sim algumas bactérias, permanecendo como uma fonte de contaminação viável após 24 horas.

(Fonte: Pixabay/Reprodução)(Fonte: Pixabay/Reprodução)

O estudo foi realizado contaminando três tipos de moedas de euro - 5 centavos, 50 centavos e 1 euro (cada um contendo pelo menos, 75% de cobre) – e notas de 5 euros, que são compostas de fibra de algodão. As bactérias escolhidas foram Staphylococcus aureus e Enterococcus faecium, muito conhecidas por causarem infecções. Além disso, ladrilhos cerâmicos também passaram pela contaminação, para servirem como superfícies de controle.

Após a utilização das bactérias, todos itens foram armazenados por 24 horas, e só então a contagem bacteriana foi realizada novamente.

De nove experimentos independentes, sendo quatro com E. faecium e cinco com S. aureus, os pesquisadores notaram que após o período de 24 horas, as notas e a superfície de controle possuíam contagens celulares bacterianas muito parecidas. Já nas moedas, o S. aureus foi reduzido cerca de 98,7 a 99,5% (dependendo do tipo) e o E. faecium de 96,8 a 99,0%.

(Fonte: Pixabay/Reprodução)(Fonte: Pixabay/Reprodução)

“Ao contrário da nota de 5 euros, as moedas que contêm cobre exibem uma atividade antimicrobiana detectável. No entanto, na maioria dos experimentos, as bactérias não foram completamente eliminadas. Portanto, até elas podem atuar como vetores para a transmissão de micróbios”, concluíram os autores do estudo.

A pesquisa de Knobloch e seus colegas deveria ser apresentada no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ECCMID), que acabou sendo cancelado devido à recente pandemia da covid-19. Sendo assim, o estudo ainda precisa ser revisto por outros especialistas na área, e certos detalhes ainda não foram totalmente abordados, como por exemplo, uma comparação entre o número de bactérias encontradas nas moedas em relação à superfície de controle.

A pesquisa vale para o coronavírus?

(Fonte: Pixabay/Reprodução)(Fonte: Pixabay/Reprodução)

Também é preciso enfatizar que a pesquisa foi realizada com bactérias e não vírus. Por isso, no que diz respeito ao SARS-CoV-2, causador da covid-19, não é possível estender os resultados de forma direta.

Um estudo publicado no mês passado no The New England Journal of Medicine (NEJM), descobriu que o novo coronavírus ainda era detectável no cobre até quatro horas depois da contaminação.

“Se você tocar em itens que outra pessoa manipulou recentemente, saiba que eles podem estar contaminados, então, lave as mãos”, afirmou James Lloyd-Smith, co-autor do estudo apresentado no NEJM, e professor de ecologia e biologia evolutiva da UCLA.

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