Como um vulcão no Alasca afetou Roma e o Egito Antigo?

26/06/2020 às 03:002 min de leitura

Na História das civilizações, não era incomum que a natureza desempenhasse um papel importante nas mudanças políticas. Um novo estudo mostrou que a erupção de um vulcão no Alasca no ano de 44 a.C. pode ter influenciado grandes eventos históricos, como, por exemplo, a queda da República de Roma e o fim do Reino Ptolomaico do Egito. 

A descoberta foi publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences por uma equipe de cientistas internacionais que estudam clima e História. No mundo todo, os pesquisadores analisaram núcleos de gelo, que funcionam como registros dos níveis climáticos e atmosféricos dos séculos. 

A erupção do vulcão se deu na época do Reino Ptolomaico do Egito. (Fonte: Pexels)A erupção do vulcão se deu na época do Reino Ptolomaico do Egito. (Fonte: Pexels)

Depois, eles compararam a análise com os registros climáticos baseados em anéis de árvores de lugares como Escandinávia, Áustria e as Montanhas Brancas da Califórnia. Os cientistas também traçaram comparações com registros climáticos de formação de cavernas no nordeste da China. 

Com o cruzamento dessas informações, a equipe percebeu que, em 43 a.C. e nos dois anos seguintes, grandes mudanças atmosféricas aconteceram. Por meio de análises geoquímicas de cinzas vulcânicas encontradas no gelo da Groenlândia, tudo aponta para que a causa das mudanças tenha sido a erupção do Okmok II, que ocorreu perto do ano de 43 a.C.. 

A caldeira de 10 quilômetros de largura criada, principalmente, pela erupção do vulcão, no Alaska. (Fonte: IFL Science)A caldeira de 10 quilômetros de largura criada, principalmente, pela erupção do vulcão, no Alaska. (Fonte: IFL Science)

Para se ter ideia da dimensão dessa erupção, o evento explodiu uma cratera de dez quilômetros de largura ao redor do vulcão. Os dois anos seguintes à erupção do Okmok II foram os mais frios do Hemisfério Norte em 2500 anos, com temperaturas 7 °C mais geladas do que o normal. Nos meses de outono, a quantidade de chuva chegou a aumentar 400% em relação ao período normal. 

Mas como tudo isso afetou o Egito Antigo e a República de Roma? Em 44 a.C., o ano do assassinato de Júlio César, os registros mostram que houve um período de fome, doença e um clima bastante frio no Mediterrâneo. 

Além da combinação de múltiplos fatores que culminaram nas mudanças históricas, as mudanças climáticas podem ter representado a gota d´água para o fim do Reino Ptolomaico do Egito e da República de Roma, que resultaram no Império Romano. 

O ano do assassinato de Júlio César foi marcado por mudanças climáticas. (Fonte: Pexels)O ano do assassinato de Júlio César foi marcado por mudanças climáticas. (Fonte: Pexels)

"Na região do Mediterrâneo, essas condições úmidas e extremamente frias durante a agricolamente importante primavera e passando para as estações do outono provavelmente reduziram a produção agrícola e agravaram os problemas de abastecimento durante as revoltas políticas em andamento no período" explicou Andrew Wilson, arqueólogo clássico da Universidade de Oxford, em uma declaração. 

"Os efeitos do clima foram um choque severo para uma sociedade já estressada em um momento crucial da História" declarou o historiador da Universidade de Yale Joe Manning.

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