Europa, lua de Júpiter, pode abrigar vida extraterrestre

01/07/2020 às 06:122 min de leitura

Pesquisadores do Jet Propulsion Laboratory (JPL), centro tecnológico de pesquisa norte-americano, revelaram, nos últimos dias, uma informação que pode causar uma verdadeira revolução na comunidade científica mundial. Devido a um aquecimento intenso experienciado por Europa, satélite natural de Júpiter, oceanos se formaram sob a espessa camada de gelo do corpo celeste, o que pode ter gerado condições ideais para a formação de vida.

Mohit Melwani Daswani, cientista planetário, liderou uma equipe que analisou dados coletados pela missão Galileo, lançada em 1989. A sonda estudou o planeta e suas luas por 8 anos e detectou a possibilidade da presença de vastas quantidades de água em estado líquido no satélite devido a um fenômeno chamado diferenciação. Por meio dele, quando são percebidas diferenças rotacionais entre objetos, descobre-se a densidade de cada um.

Vasto oceano está sob densa camada de gelo.Vasto oceano está sob densa camada de gelo.

Em entrevista ao Space, Daswani revelou que Europa tem aspectos necessários para ser considerada habitável — e as novidades podem dar rumos a pesquisas universais. As informações foram divulgadas em 24 de junho durante a conferência virtual Goldschmidt, organizada pela Associação Europeia de Geoquímica e pela Sociedade Geoquímica, mas o artigo com detalhes do estudo ainda passa por avaliação.

Como isso ocorreu?

A equipe responsável pela descoberta encontrou evidências de que o oceano de Europa surgiu através da quebra de minerais contendo água que se encontravam em seu interior. Isso acabou gerando o aspecto de camadas semelhantes às de uma cebola. "Seu interior é muito mais denso que camadas externas, o que nos revela uma propriedade importante da história e da geologia do satélite", explicou Daswani. "Ela deve ter passado por um aquecimento substancial para que isso ocorresse".

Detalhe das camadas de Europa.Detalhe das camadas de Europa.

E qual seria a fonte desse calor? A queda da radiação dentro da lua, um fenômeno chamado dissipação da energia das marés, causado pela interação com Júpiter e outros satélites próximos a ela. O mesmo ocorreu com a Terra e Marte, e Europa é grande o suficiente para ter passado pelo processo.

É preciso ressaltar, entretanto, que não existe uma ligação exata entre a diferenciação e o fato de um corpo celeste ser habitável. Ainda assim, o cientista explicou que essa quebra de minerais originada do calor não é específica do local analisado. A parte mais importante da pesquisa é que, a partir dessa constatação, será mais fácil descobrir que outros mundos podem conter oceanos escondidos.

Descoberta possibilita a compreensão de novos mistérios.Descoberta possibilita a compreensão de mistérios.

O que há além?

Diferentes processos não estão descartados. Daswani explicou, por exemplo, que Encélado, lua de Saturno, é muito menor e não seria capaz de passar pelo processo de aquecimento. Ainda assim, tem oceanos e não é exatamente provável que contenha vida. Já a "irmã" de Europa, Ganímedes, tem muito potencial.

Agora, sabe-se que, para gerar vida da forma como conhecemos, apenas água não basta. "Vida é química. A vida se alimenta de química, que nada mais é que o fluxo de elétrons", afirmou Steve Mojzsis, geologista da Universidade do Colorado, que não participou do estudo. A energia gerada por esse fluxo é o que possibilita o metabolismo. Com o aprofundamento das missões, o cenário pode mudar.

Talvez, daqui a algum tempo, saibamos que tipo de existência há além da nossa.

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Europa, lua de Júpiter, pode abrigar vida extraterrestre via TecMundo

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