Ao ser engolido vivo por sapo, besouro foge pelo ânus do anfíbio

06/08/2020 às 08:002 min de leitura

Através de uma nova descoberta de pesquisadores da Escola de Pós-Graduação em Ciências Agrícolas da Universidade de Kobe, no Japão, uma estranha rota de fuga realizada por besouros engolidos vivos por sapos foi identificada, caracterizando um dos casos mais curiosos já estudados por instituições especializadas em relações animais. 

Segundo foi publicado pela Live Science, o besouro aquático Regimbartia attenuata estimula o mecanismo de defecação do sapo-da-lagoa (Pelophylax nigromaculatus) para ejetá-lo poucas horas após ser engolido vivo, ocasionando uma espécie de "excreção de emergência" motivada por um mecanismo de defesa que é ativado quando o inseto chega no intestino do anfíbio.

Os estudos, iniciados há poucos anos, mostraram que, na grande maioria dos experimentos (mais precisamente 93% deles), os besouros escapavam ilesos pelo ânus de seus predadores, sendo misturados ao bolo fecal do animal e seguindo sua vida normalmente após se desvencilhar dos excrementos como se nada tivesse ocorrido.

"Eu usei uma câmera de vídeo para registrar o comportamento", disse Shinji Sugiura, especialista em estudos sobre as defesas de insetos em áreas pantanosas. "Fiquei muito surpreso ao ver as imagens do besouro escapando pela 'abertura' do sapo". 

(Fonte: Universidade de Kobe/Reprodução)(Fonte: Universidade de Kobe/Reprodução)

Além disso, a adaptação parece ser exclusiva do Regimbartia attenuata que, apesar de não apresentar a taxa máxima de sucesso em sua rota de fuga, mostrou um padrão comportamental que outros besouros, como o Enochrus japonicus, não desenvolveram, pois chegaram a morrer dentro do organismo dos sapos e, posteriormente, foram parcialmente excretados em um período de 24 horas.

Um longo caminho para a salvação

O R. attenuata não apresenta apenas uma adaptação para poder estimular a defecação do sapo, mas também uma resistência ímpar que o permite sobreviver ao mecanismo digestório do animal sem que haja sequelas. Sugiura, na tentativa de compreender se o inseto era levado naturalmente pelo fluxo digestivo do anfíbio ou se o animal caminhava pelas paredes orgânicas de seu predador, colocou uma cera aderente nas patas do besouro aquático e os resultados não demoraram a surgir — o material não sobreviveu no interior do captor.

"Este estudo é o primeiro a documentar a fuga ativa de presas pela abertura de um predador e a mostrar que a presa pode promover a defecação do predador para acelerar a fuga de dentro do corpo do organismo", concluiu Sugiura.

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