Jacaré ancestral deixou 46 marcas de mordida em perna de preguiça

01/09/2020 às 03:002 min de leitura

Um osso de bicho-preguiça, mais exatamente uma tíbia, foi encontrado no Peru, em 2004, e deixou os pesquisadores intrigados por causa de 46 marcas de mordidas. Finalmente, ao que parece, foi possível identificar o causador de tamanha violência contra o animal: segundo os pesquisadores, trata-se de um jacaré ancestral, de um gênero que era bastante comum nas Américas há cerca de 13 milhões de anos.

A descoberta do ataque surgiu após meses de estudos sobre o território em que o osso foi inicialmente identificado. François Pujos, paleontólogo especializado em evolução da preguiça no Centro Científico Tecnológico do Conselho Nacional de Pesquisa da Argentina, e Rodolfo Salas-Gismondi, pesquisador do Laboratório de BioGeoSciences da Universidade Cayetano Heredia em Lima, Peru, ao perceberem que lagos e pântanos da América eram característicos por serem lares de jacarés, "com até sete espécies vivendo juntas naquela época", logo relacionaram o animal com as mordidas no osso da preguiça terrestre (Pseudoprepotherium sp.).

(Fonte: Biology Letters/Reprodução)(Fonte: Biology Letters/Reprodução)

"Não há chance do animal ter sobrevivido", disse Salas-Gismondi. "A tíbia da preguiça não mostra nenhum sinal de regeneração óssea, o que seria uma evidência de sobrevivência".

Estudo por eliminação

O possível causador das marcas de mordidas foi identificado após uma série de eliminações de outras espécies animais que possuíam potencial para realizar um ataque de tamanha dimensão. Na época, os grandes predadores que tinham maiores condições de investir dessa forma sobre bichos-preguiça eram apenas pássaros gigantes (sem dentes) e alguns marsupiais (com marcações dentárias diferentes da encontrada), além do jacaré gigante Purussaurus, o maior devorador americano da era pós-dinossauros.

(Fonte: Unicamp/Reprodução)(Fonte: Unicamp/Reprodução)

"A dentição e a anatomia do Purussaurus combinam perfeitamente com as marcas encontradas na tíbia", disse o pesquisador de BioGeoSciences. “Não podemos descartar que as marcas foram produzidas após a morte, durante o desmembramento da carcaça da preguiça terrestre".

De acordo com as marcas encontradas na tíbia, o atacante era um jovem caiman de cerca de 4 metros de comprimento, capaz de "desgastar um osso" e deixar dezenas de marcas nos corpos de suas vítimas. Sem "paralelo no mundo moderno", as criaturas ancestrais pouco se importavam com o tamanho de suas presas e eram ameaças iminentes ao que se aproximasse.

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