Navio naufragado que levava escravos maias é identificado no México

18/09/2020 às 13:002 min de leitura

Arqueólogos mexicanos identificaram um navio naufragado que transportava escravos do povo maia até a ilha de Cuba na década de 1860. O barco a vapor cubano com rodas de pás foi encontrado ainda em 2017, mas somente agora foi identificado pelo Instituto Nacional de História e Antropologia como sendo o La Unión.

A embarcação era utilizada para levar maias capturados durante a rebelião conhecida como Guerra das Castas. A escravidão era ilegal no México nessa época, mas eram comum navios que levavam maias para trabalharem como escravos geralmente nos canaviais de Cuba.

Os maias lançaram uma das últimas revoltas indígenas da América do Norte na baixa península de Yucatán, em 1847, lutando contra a dominação de mexicanos brancos e mestiços. O governo local reprimiu a rebelião de forma brutal, mas só conseguiu eliminar a última resistência em 1901.

Naufrágio

Navio naufragado foi encontrado a cerca de sete metros de profundidade.(Fonte: Instituto Nacional de Antropologia e História/Divulgação)Navio naufragado foi encontrado a cerca de sete metros de profundidade.(Fonte: Instituto Nacional de Antropologia e História/Divulgação)

O La Unión estava em uma viagem a Havana em setembro de 1861 quando suas caldeiras explodiram. A embarcação afundou porto de Sisal, em Yucatán, um entreposto comercial que era importante naquela época. O navio foi encontrado por um pescador local a cerca 7 metros de profundidade.

O instituto afirma que a identificação do navio foi baseada nos restos físicos, como as rodas laterais com casco de madeira, com vigas que apresentavam sinais de fogo, resultado da explosão das caldeiras. A localização do naufrágio também coincide com os relatos contemporâneos do acidente, que matou metade dos 80 tripulantes e 60 passageiros a bordo.

Flagrante de tráfico de escravos de origem maia

Em outubro de 1860, o La Unión foi flagrado no estado mexicano de Campeche levando a bordo 29 maias, incluindo crianças de apenas 7 anos. Essa viagem foi aparentemente interrompida. Isso não impediu que o navio continuasse com suas atividades, que também envolviam o transporte de fibra de sisal e de passageiros pagantes a Cuba.

A arqueóloga Helena Barba Meinecke observou que combatentes maias capturados eram frequentemente enviados a Cuba, de onde muitos nunca voltaram. “Cada escravo era vendido a um intermediário por 25 pesos e eles os revendiam em Havana por até 160 pesos, no caso de homens, e 120 pesos as mulheres”, disse ela.

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