Cientistas chineses 'editam' embriões humanos

23/04/2015 às 09:212 min de leitura

Em uma nova pesquisa controversa, cientistas chineses anunciaram que foram capazes de manipular pela primeira vez o genoma embrionário humano, provocando preocupações éticas sobre essa nova fronteira na ciência. O trabalho, que foi publicado na quarta-feira na revista Nature News, apareceu em uma revista científica pouco conhecida, a Protein and Cell.

No texto, o pesquisador de função genética Junjiu Huang, da Universidade Sun Yat-sen de Guangzhou, e seus colegas descrevem como editaram alguns embriões obtidos de uma clínica de fertilidade. Os embriões em questões já haviam sido qualificados como inviáveis e não teriam chances de dar à luz a uma vida humana, porque tinham um conjunto extra de cromossomos após serem fertilizados por dois espermatozoides.

Os cientistas "tentaram modificar o gene responsável pela beta-talassemia, uma doença sanguínea potencialmente fatal, usando uma técnica de edição genética conhecida como CRISPR/Cas9", segundo a reportagem da Nature News. Os cientistas chineses também relataram "grandes dificuldades" e que seu trabalho mostra "a necessidade urgente de melhorar esta técnica para que possa ser aplicada na medicina".

Os pesquisadores injetaram em 86 embriões uma versão corrigida do gene defeituoso e esperaram 48 horas. Setenta e um deles sobreviveram, dos quais 54 foram examinados. Os pesquisadores descobriram que apenas 28 "foram emendados com sucesso", mas apenas uma fração deles continha o novo gene, segundo o relato.

"Se desejarmos aplicar esta técnica em embriões normais, precisaremos de uma taxa de substituição genética de 100%", declarou Huang, citado pela revista. "Esta é a razão pela qual suspendemos o experimento, porque pensamos que esta técnica ainda é muito imatura", disse ele. Ainda mais preocupante foi "o número surpreendentemente elevado" de mutações inesperadas que surgiram durante o processo de edição genética: uma taxa muito mais alta do que a relatada em estudos anteriores sobre a edição genética em ratos ou células humanas.

Estas mutações podem ser prejudiciais e são a principal razão pela qual há muitas preocupações entre a comunidade científica desde que se espalhou no ano passado rumores sobre o trabalho da equipe chinesa. "Este estudo destaca algo que já sabíamos: é preciso acabar com este tipo de pesquisa e ter longas conversas para decidir qual direção tomar", disse Edward Lanphier, presidente da Sangamo BioSciences, em Richmond, Califórnia, também citado no estudo da Nature News.

MiamiEstados Unidos

Via EmResumo

Fonte

NOSSOS SITES

  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • Logo Mega Curioso
  • Logo Baixaki
  • Logo Click Jogos
  • Logo TecMundo

Pesquisas anteriores: