Por que é que alguns barulhos incomodam tanto?

23/05/2014 às 10:243 min de leitura

Você é do tipo que fica enlouquecido com o barulho que as pessoas fazem quando comem com a boca aberta, sugam a sopa da colher fazendo ruído, mascam chicletes como se fossem cabras ruminantes ou ficam revirando embalagens de plástico? E quando alguém resolve ficar limpando os dentes com a língua — fazendo aqueles estalinhos —, dar uns “amassos” em público ou encher um copo de água, esses sons irritam você?

Caso você fique enfurecido com ruídos como esses que listamos acima, então existe uma chance de que você sofra de misofonia, ou seja, é possível que você tenha uma aversão anormal aos sons.

Miso... o que?

A misofonia foi diagnosticada há relativamente pouco tempo, portanto, trata-se de um transtorno sobre o qual ainda existem várias perguntas sem resposta. Contudo, sabe-se que determinados sons têm o poder de enlouquecer algumas pessoas. E não estamos falando de barulhos que apenas causam certa irritação ou desconforto, mas sim de ruídos que podem desencadear sensações de pânico, ansiedade, ira e até mesmo excitação sexual!

Segundo pessoal do how stuff works, para que você tenha uma ideia do grau de incômodo, imagine uma escala de 0 a 10. Normalmente, enquanto que a maioria das pessoas classificaria um ruído irritante com uma nota 3, quem sofre de misofonia classificaria seu desagrado com uma nota 12 — ou 2 milhões! Portanto, o que acontece, é que determinados barulhos são capazes de realmente enfurecer aos que sofrem com esse transtorno.

Tsc, tsc, tsc...

No entanto, por que é que essas pessoas ficam tão encolerizadas com determinados ruídos? O termo misofonia significa “aversão ao som”, e foi criado pelos neurocientistas norte-americanos Pawel e Margaret Jastreboff. A maioria dos especialistas acredita que a irritação é provocada devido a um problema neurológico, em vez de problemas que um indivíduo possa ter com seu sistema auditivo.

Contudo, os especialistas não conseguem entrar em acordo sobre o que exatamente provoca o problema. Os neurocientistas que criaram o termo misofonia acreditam que ninguém nasce com o problema. Nesse sentido, alguns estudos apontam que a aversão aos sons começa a se desenvolver no final da infância e início da adolescência, e que a condição vai piorando com o passar do tempo.

Por outro lado, um estudo apesentado no ano passado, por exemplo, sugere o transtorno provavelmente tenha sua origem no sistema nervoso central e pode estar relacionado com duas áreas específicas do cérebro, o lobo da ínsula e o córtex do cíngulo anterior. Além disso, segundo essa linha de pesquisa, a misofonia seria uma anomalia fisiológica inerente a algumas pessoas.

Psiu!

Existe ainda uma terceira vertente, na qual os pesquisadores defendem que o problema pode surgir devido a uma variedade de fatores. Para essa turminha, pacientes com outras disfunções auditivas podem desenvolver a condição, e a misofonia pode surgir como resultado da obsessão por determinados sons. Isso significa que fatores psicológicos também podem estar envolvidos.

Entretanto, independente das causas do transtorno, podemos concluir algumas coisas: pessoas que sofrem de misofonia não são simples rabugentos reclamões! Na verdade, esses indivíduos não conseguem controlar suas emoções quando expostos a determinados ruídos. Além disso, a condição parece se desenvolver com o passar do tempo e pode ser provocada por múltiplos fatores.

Existem organizações trabalhando no sentido de encontrar uma solução para o transtorno, e inclusive criaram uma data comemorativa para atrair mais atenção para o problema. E... más notícias:  ainda não existe nenhum tipo de tratamento reconhecido ou eficaz para a misofonia. Portanto, se você se transforma em um monstro raivoso toda vez que ouve sons como “tsc, tsc”, “shlurp”, “smack” ou “crec-crec”, é provável que você continue assim.

***

As informações que você leu nesta matéria foram extraídas de um vídeo — em inglês —produzido pelo pessoal do how stuff works, o qual você pode conferir a seguir:

Caso você esteja se perguntando sobre o motivo de não termos mencionado sons como o de unhas arranhando um quadro negro, gritos ou pessoas vomitando, isso é por que, nesses casos, não se trata de misofonia, mas de desagrado mesmo! Aliás, caro leitor, não deixe de contar para a gente nos comentários se você fica enfurecido com algum som específico.

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