Dia do suicídio: 1º de setembro é uma data trágica para jovens no Japão

01/09/2017 às 05:002 min de leitura

Você pode até ter reclamado do mês de agosto, que parece ter demorado para acabar, e estar comemorando que hoje finalmente é 1º de setembro. Mas você sabia que esse dia não é muito bem visto em outros lugares do mundo?

A data coincide com o retorno às aulas no Japão depois das férias de verão. Por isso, há um pico de suicídios nesse dia. Entre 1972 e 2013, o governo japonês acredita que mais de 18 mil jovens entre 10 e 19 anos se mataram – sendo que a média anual para o dia 1º de setembro é de 131 suicídios.

Datas próximas também aumentam os números dessa tragédia: em média, 92 jovens se suicidam em 31 de agosto e outros 94 no segundo dia de setembro. Essa quantidade é tão elevada que o próprio governo japonês colocou o suicídio como a principal causa de mortes de jovens em 2014!

Suicídio já é a principal causa da morte de japoneses entre 10 a 19 anos

Polêmica no Twitter

Para piorar o status de que o retorno às aulas é um momento tenebroso para os jovens japoneses, o segundo pico anual de suicídios acontece em 1º de abril – justamente o início do ano letivo no primeiro semestre.

Pensando nisso, um bibliotecário de Kamakura, a 68 km de Tóquio, causou polêmica ao usar o Twitter para desestimular o suicídio dos jovens. Na mensagem, ele diz: “O segundo semestre está quase chegando. Se você está pensando em se matar, já que odeia tanto a escola, por que não vem para cá? Temos quadrinhos e romances leves. Ninguém vai brigar com você se passar o dia inteiro aqui. Lembre-se de nós como um refúgio, caso você esteja pensando em escolher a morte em vez da escola”.

Tweet de bibliotecário dividiu opiniões

A mensagem de Maho Kawai, publicada no dia 25 de agosto, foi compartilhada mais de 60 mil vezes em menos de 24 horas! Ele pode ter ajudado vários jovens a desistirem da prática, mas foi criticado por ser um funcionário estatal incentivando os alunos a faltarem à escola.

Matar aula, e não a si próprio

Ele não é o único: uma ONG fundada há 17 anos tenta desestimular os alunos a cometer suicídio falando para eles faltarem às aulas no início dos semestres. Um dos diretores da organização, Shikoh Ishi, disse que foi apenas no final dos anos 90 que as políticas públicas começaram a entender a prática do suicídio como algo alarmante.

O próprio governo japonês disponibiliza linhas telefônicas e outros serviços de apoio a potenciais suicidas de todas as idades. Entretanto, a prática parece crescer a cada ano devido à competitividade escolar no Japão.

*Publicado em 01/09/2015

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