Idosos dão conselhos para quem quer chegar à velhice sem arrependimentos

16/11/2015 às 12:074 min de leitura

Uma vez fui a uma cachoeira famosa em minha cidade, passar um dia de verão com minha irmã, o então marido dela e meu sobrinho mais velho. Quando chegamos lá, presenciamos um acidente horrível: um homem despencou de cima da cachoeira, teve fraturas expostas por causa do impacto contra as pedras e acabou morrendo antes mesmo da chegada da ambulância.

O homem era professor de Educação Física, tinha seus 30 e poucos anos e era pai de um garotinho. Pouco tempo depois, meu avô morreu segurando a minha mão e a da minha mãe. E foi assim que, aos 15 anos, acabei aprendendo, na prática, que a vida é efêmera e que pode acabar de uma hora para a outra, independente do motivo.

Por essas e outras sou do tipo de pessoa que fala tudo o que acha que deve, sem, é claro, magoar ninguém. Na verdade, eu falo mais quando gosto. Escancaro sentimentos bons e evito ao máximo brigar com aqueles que amo, especialmente por motivos pequenos. Quando li a coluna do escritor Karl A. Pillemer no The Huffington Post, lembrei dessas duas mortes que vi de perto, e reforcei, dentro de mim, a certeza de que a vida é curta e que, infelizmente, fazemos muita coisa errada enquanto ela passa.

Pillemer, em seu espaço, compartilhou depoimentos de alguns dos 2 mil idosos com os quais conversou nos últimos 10 anos. Com o objetivo de inspirar pessoas mais jovens a não viverem uma vida de arrependimentos, ele selecionou algumas respostas para a seguinte pergunta, feita a essas 2 mil pessoas: o que os mais jovens podem fazer agora para evitar arrependimentos quando chegarem à sua idade?

1 – Escolha um companheiro com muito cuidado

O colunista conta que a maioria dos idosos acredita que os mais jovens não têm muita cautela na hora de escolher uma pessoa para casar. Para eles, somos impulsivos demais e fazemos escolhas erradas com medo de “perdermos a chance”.

Um dos idosos, Henry, de 82 anos acredita não ter feito uma boa escolha na hora de se casar. “Procure por um parceiro de vida com muito cuidado, até mesmo rejeite alguns que você acha que podem ser muito bons. Deixe que o parceiro saiba que você está levando o seu tempo”.

A regra aqui é basicamente conhecer muito bem uma pessoa antes de cogitar se casar com ela. Parece óbvio, mas muitas pessoas se deixam levar pela empolgação do início do namoro e acabam se arrependendo depois.

2 – Seja sempre honesto

Pillemer explica que muitos dos idosos com os quais conversou disseram que, para evitar arrependimentos futuros, precisamos ser sempre honestos. “Honestidade é o único valor que vai guiar você pelo resto da sua vida. Eu acho que honestidade controla tudo. Se você é honesto consigo mesmo, você será honesto com a sua esposa e com a sua família. Se você é honesto com todas as pessoas à sua volta, não importa o que aconteça, você pode olhar para si mesmo no espelho pela manhã e dizer ‘eu não tenho feito nada de errado’. Em outras palavras, você tomou a decisão certa se é honesto”, disse Arnie Hoffman, de 83 anos.

O autor explica que, no quesito honestidade, os idosos não falam apenas sobre infidelidade conjugal, mas também sobre honestidade no ambiente de trabalho. Um dos idosos disse que teve problemas psicológicos sérios por ter agido sem ética em seu ambiente de trabalho.

“Se eu fizer isso, eu vou ganhar muito dinheiro, se eu não fizer aquilo eu não faço tanto dinheiro, mas consigo dormir à noite. Eu absolutamente não quero levantar no meio da noite dizendo ‘o que acontece se isso acontecer, se aquilo acontecer?’. Acredite em mim, isso não vale a pena, por causa de dinheiro, ficar questionando as coisas. Isso vai destruir você. Se você tem alguma boa qualidade a seu respeito, você vai questionar isso, você não vai conseguir dormir à noite”, disse Jordan, de 77 anos, e que foi empresário durante muito tempo.

3 – Viaje mais

“Quando seus dias de viagem tiverem acabado, você vai desejar ter feito uma viagem a mais”, disse Pillemer. E pelo jeito os idosos que conversaram com o autor concordam com ele: “Nós sempre pensamos que viajaríamos muito quando nos aposentássemos, sabe? Mas então Lynne morreu e ficou tarde demais. Eu fiz algumas viagens, mas é menos divertido viajar sozinho”, disse Thomas, de 81 anos, que perdeu a esposa Lynne antes de conseguir viajar ao lado dela.

“Eu acho que viajar é tão importante que se você tem que decidir entre reformar sua cozinha ou viajar – bem, eu diria para você escolher viajar. E viaje enquanto você é jovem. Coisas materiais podem esperar, mas eu acho que viajar e ver coisas você deve fazer agora”, aconselhou Mary, de 78 anos.

4 – Preocupe-se menos

Parece ser consenso entre os mais velhos: todos eles se arrependem do tempo que passaram se preocupando demais com assuntos que, no final das contas, nem demandavam tanta preocupação. Nesse sentido, os mais velhos também nos aconselham a revermos o que nos preocupa – eles também se arrependem pelas vezes em que se preocuparam com coisas que nem aconteceram.

Um idoso foi categórico ao dizer que se preocupar é apenas uma forma de desperdiçar a vida e, se viver intensamente é um objetivo seu, talvez esteja na hora de você rever aquilo que merece mesmo pulular seus pensamentos.

5 – Diga aquilo que você quer dizer agora

Taí um conselho que eu levo a sério: quando sinto que devo dizer alguma coisa para alguma pessoa, eu digo. Nem sempre a reação é das melhores, especialmente quando preciso lidar com alguém mais fechado, mas é um alívio saber que não vou dormir imaginando como teria sido se eu tivesse dito o que queria, simplesmente porque eu sempre digo o que quero, com o cuidado, é claro, de sempre respeitar o espaço do outro.

David, de 72 anos, resume a questão ao dizer que, na verdade, deveríamos dar flores aos vivos e não a túmulos de cemitério. “Não espere até a próxima semana para mandar aquelas flores aos vivos porque eles podem não estar vivos então. Se você quer fazer alguma coisa que faça a diferença, faça isso agora”, aconselha ele.

Como conversou com 2 mil idosos, Pillemer disse que esse quinto arrependimento é muito maior em homens do que em mulheres. Ray, de 81 anos, chorou ao dizer que se arrepende por não ter dito à esposa, agora morta, o quanto a amava durante os anos em que permaneceram casados.

A situação oposta também foi documentada pelo autor, agora por meio do depoimento de Ruth, de 88 anos, que perdeu uma grande amiga, Julia, em um acidente de avião: “Sempre que íamos desligar o telefone, nós sempre dizíamos ‘eu te amo’”, contou ela. Antes da morte da amiga, foi exatamente isso o que ela disse e, portanto, não sente arrependimentos nesse sentido.

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