Duas pessoas não percebem odores da mesma maneira, aponta estudo

16/12/2013 às 10:572 min de leitura

Uma pequena diferença no DNA – especificamente nos aminoácidos em um de nossos genes – pode indicar se você acha um determinado perfume agradável ou não. Já se seu amigo tiver um outro aminoácido no seu código genético, isso significa que ele terá uma opinião diferente da sua com relação ao mesmo cheiro, é o que apontam os pesquisadores da Duke University, nos Estados Unidos.

De acordo com o “1000 Genomes Project”, existem cerca de 400 genes que codificam os receptores nos nossos narizes, sendo que é possível existir mais de 900 mil variações para tais genes. Esses receptores são responsáveis por controlar os sensores que determinam como sentimos os odores. Em outras palavras, um determinado perfume ativa uma série de receptores no nariz, criando um sinal específico para o cérebro.

Mas esses receptores não funcionam da mesma maneira para todos nós, é o que afirma o pesquisador Hiroaki Matsunami, professor de Genética Molecular e Microbiologia na Escola de Medicina da Duke University. Na verdade, ao comparar os receptores de duas pessoas quaisquer, elas devem apresentar cerca de 30% de diferença, explica o pesquisador.

Os receptores

“Existem muitos casos em que você diz que gosta do cheiro de alguma coisa e outras pessoas discordam. Isso é muito comum. Descobrimos que os indivíduos podem ser bastante diferentes nos níveis de receptores, o que significa que quando sentimos o cheiro de alguma coisa, os receptores que são ativados podem ser diferentes de uma pessoa para outra, dependendo do genoma”, revela Matsunami.

Embora pesquisas anteriores tenham identificado os genes que decodificam os receptores olfativos, a maneira como eles eram ativados ainda era um mistério. Para determinar o que aciona essas estruturas, a equipe de cientistas clonou mais de 500 receptores de 20 pessoas que apresentavam pequenas variações de apenas um ou dois aminoácidos. Em seguida, eles foram expostos sistematicamente às mesmas moléculas de odor.

Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock

Ao analisar as estruturas, os pesquisadores foram capazes de identificar 27 receptores que responderam consideravelmente a pelo menos um dos perfumes. Matsunami acredita que esses resultados possam ter um grande impacto nas indústrias que trabalham com sabores, fragrâncias e alimentos.

“Todas essas empresas querem descobrir uma maneira racional de produzir novos químicos interessantes, seja um novo perfume ou um ingrediente com um novo sabor, e agora existe uma base científica para que isso seja feito”, comenta o pesquisador. Os resultados desse estudo – que contou com recursos do National Institute of Health – foram publicados na edição de dezembro do periódico Nature Neuroscience.

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