Empresários e analistas estão decepcionados com trabalhadores brasileiros

15/10/2013 às 06:083 min de leitura

Quando o assunto é Educação, nosso país tem uma nota baixa. Recentemente, a BBC publicou um artigo no qual reuniu diversas informações e estatísticas a respeito do tema, e o que talvez espante você é o fato de que sermos chamados de “geração do diploma” não é, de forma alguma, um elogio.

O apelido surgiu, na verdade, como crítica ao sistema educacional atual, que tem formado mais profissionais com nível superior, mas que, na tentativa de exibir esses índices, parece ter deixado de lado a qualidade do ensino oferecido.

Nos últimos dois anos, 867 mil pessoas receberam diplomas de nível superior, e, se o que se espera é que a qualidade dos profissionais no mercado esteja melhor, não é bem isso o que acontece. O sociólogo e especialista em relações do trabalho da USP, José Pastore, explica que "os empresários não querem canudo. Querem capacidade de dar respostas e de apreender coisas novas. E quando testam isso nos candidatos, rejeitam a maioria".

Números e mais números

Fonte da imagem: Pixabay

Maíra Habimorad é a vice-presidente de um grupo especializado em recrutar talentos. De acordo com ela, mais de 770 mil cadastros foram avaliados recentemente para preencher as 5 mil vagas disponíveis em sua empresa – ainda há vagas em aberto.

Muitos empresários têm reclamado de profissionais recém-formados que não atendem aos requisitos básicos da profissão: engenheiros que não conseguem avaliar projetos, publicitários com dificuldades de redação e por aí vai. A verdade é que existem muitos profissionais despreparados, incapazes de exercer as mínimas habilidades coorporativas, de tomar atitudes, resolver situações de conflito e até mesmo de seguir as normas das empresas nas quais trabalham.

Se por um lado temos índices de desemprego despencando e ficando abaixo de 6%, por outro, é cada vez mais claro que muitas das vagas ocupadas pertencem a profissionais mal preparados.

Explicações

Fonte da imagem: Pixabay

Especialistas em educação e emprego acreditam que as causas para tantas reclamações têm a ver com a qualidade de ensino e com o número excessivo de instituições que oferecem cursos de graduação – só para você ter ideia, em 2000 tínhamos pouco mais de mil faculdades e universidades; hoje esse número subiu para 2.416, sendo que 2.112 instituições são particulares. Pastore acredita que a maioria das novas escolas é ruim, e que o crescimento do número dessas instituições não significou melhoria na qualidade dos profissionais formados.

Tristan McCowan, professor da Universidade de Londres que estuda o sistema de ensino brasileiro, classifica muitos de nossos cursos universitários como uma extensão do Ensino Fundamental. Ele ainda completa: “E o problema é que trazem muito pouco para a sociedade: não aumentam a capacidade de inovação da economia, não impulsionam sua produtividade e acabam ajudando a perpetuar uma situação de desigualdade, já que continua a ser vedado à população de baixa renda o acesso a cursos de maior prestígio e qualidade”.

Situação negativa

Fonte da imagem: Reprodução/Slcspeaks

Se você acha que as conclusões de McCowan são severas demais, saiba que o pesquisador fez essas afirmações com bases em estudos e dados divulgados recentemente, como o de que 38% dos universitários brasileiros são considerados analfabetos funcionais, ou seja, eles conseguem ler, mas têm dificuldades em interpretar e associar informações.

A baixa qualidade de ensino não é o único fator apontado pelos especialistas e empresários na hora de criticar os trabalhadores brasileiros. Outro fator que parece ter bastante peso na hora de criar uma imagem negativa é a falta de postura de um funcionário, que pode até ter tido uma boa vida acadêmica, mas nem sempre sabe respeitar diferenças e trabalhar em sistemas hierárquicos.

Apontando erros e saídas

Fonte da imagem: Reprodução/Villadsen-mt

Seguindo os dois itens anteriores, outro fator que desvaloriza o empregado brasileiro é que os cursos mais procurados por vestibulandos nem sempre são os que têm mais ofertas de emprego.

De acordo com Gabriel Rico, diretor-executivo da Câmara Americana de Comércio, “o Brasil precisa de mais engenheiros, matemáticos, químicos ou especialistas em bioquímica, por exemplo, e os esforços para ampliar o número de especialistas nessas áreas ainda são insuficientes”.

Outro bloqueio que precisa ser quebrado é o de que pessoas com ensino técnico não têm espaço no mercado. Rico explica que os serviços técnicos têm grande demanda e que isso valoriza o trabalho desse tipo de profissional.

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